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Demanda interna em alta leva China ao 1º deficit em 6 anos
Importação cresce mais que vendas para o exterior e deve
ajudar esforços de Pequim contra críticas globais ao yuan
Brasil tem superavit de
US$ 697 milhões em março,
mas exportações chinesas
para o país são as que mais
crescem no 1ª tri de 2010
DA REDAÇÃO
Com a demanda doméstica
em alta, a China teve no mês
passado o seu primeiro deficit
comercial em seis anos. O resultado deve ajudar os esforços
chineses para justificar que o
yuan não está "desvalorizado
artificialmente" e que não é
responsável pelos desequilíbrios da economia global.
O deficit era esperado, já que
as autoridades do país vinham
sinalizando que isso ocorreria,
mas veio de forma muito mais
intensa que a esperada por analistas. A diferença entre importações e exportações ficou em
US$ 7,2 bilhões, enquanto a expectativa era que ela ficasse
abaixo de US$ 1 bilhão.
O resultado negativo na balança comercial, o primeiro
desde abril de 2004, deve-se ao
aumento expressivo nas importações, que cresceram 66%
na comparação com março do
ano passado, depois de subirem
45% no mês anterior. Já as exportações não acompanharam
o ritmo, com avanço de 24% no
mês passado, após expansão de
46% em fevereiro. De janeiro a
março, a China acumulou superavit de US$ 14,5 bilhões.
Ainda assim, para os EUA, os
principais críticos da política
cambial, a situação não mudou
muito -o país continuou a ter
deficit no comércio com a China. Agora, foram mais US$ 9,9
bilhões e a conta americana está negativa em US$ 30,8 bilhões no primeiro trimestre.
Em 2009, a China foi responsável por quase metade do deficit
americano de US$ 501 bilhões.
O Brasil teve superavit de
US$ 697 milhões com a China
em março e de US$ 1,4 bilhão
no trimestre. Porém, as vendas
chinesas para o país foram as
que mais cresceram de janeiro
a março (88,3%), enquanto as
compras subiram 71,5%.
O governo chinês vem mantendo a cotação do yuan atrelada ao dólar desde julho de
2008. Com uma moeda mais
fraca (que torna seus produtos
mais competitivos no exterior),
a China aumentou a sua participação no mercado global de
exportação durante a crise.
Isso vem gerando críticas de
diversos governos e organismos, que dizem que a medida
provoca desequilíbrios no comércio global e que, em vez de
fomentar as exportações, o governo da China deveria incentivar o consumo interno.
A expectativa é que o governo
chinês anuncie nos próximos
dias que vai deixar o yuan flutuar novamente, mas o principal motivo não seria a pressão
externa, mas sim o controle da
inflação, já que a valorização da
moeda facilitaria a compra de
importados, reduzindo a pressão sobre os preços.
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