São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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CONJUNTURA

Faturamento em SP pode subir 2% em relação a 2001, mas número mostra "estagnação", diz Federação do Comércio

Dia das Mães não anima vendas do comércio

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Consumidora olha vitrine do West Plaza, em SP, decorada com cartaz em alusão ao Dia das Mães


FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As vendas para o Dia das Mães tiveram uma ligeira reação nos últimos dias. Mas não o suficiente para levar os lojistas a se animar por conta da data -a segunda mais importante do ano para o comércio. Na melhor das hipóteses, os lojistas prevêem vender entre 2% e 3% mais, em média, do que no ano passado, segundo associações de lojistas. Esse crescimento é considerado, no entanto, estagnação sobre 2001.
Levantamento feito ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FCESP) com cerca de cem lojas paulistas mostra que o comércio está prevendo faturar neste ano 2% mais do que no ano passado com o Dia das Mães. Para Fábio Pina, economista da federação, esse crescimento é próximo de zero e, portanto, não será suficiente para reduzir os estoques das lojas e movimentar a economia. "Dois para cima ou para baixo é a mesma coisa que crescer zero", afirma Pina.
Como o frio está demorando para chegar, as lojas têm mercadorias suficientes para dois meses de vendas. "As compras de presentes para o Dia das Mães ainda estão num ritmo fraco", afirma Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, associação brasileira de lojistas de shopping centers.
A Alshop, que começou o ano com a expectativa de o comércio faturar no Dia das Mães 6% mais do que no ano passado, acaba de rever esse número para 3%, após consulta feita nesta semana a cerca de 400 lojistas no país.
"Juros e inadimplência elevados, poder aquisitivo menor e aumento de tarifas públicas desestimulam o consumo", afirma Sahyoun. Desde quinta-feira, diz, as lojas começaram a vender mais presentes para as mães. Os produtos mais procurados, porém, são os de baixo valor, especialmente no caso dos shoppings populares.
A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também constata fraca reação nas vendas do comércio para o Dia das Mães. Do dia 1º ao dia 8 deste mês, as consultas ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) cresceram 0,8% na comparação com igual período do ano passado. As consultas ao Usecheque, indicador das vendas à vista, já subiram 2,1% no período. "Os números mostram que as vendas estão razoáveis. Vamos ver se no fim de semana temos uma surpresa melhor", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP.
A Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers), que reúne 166 donos de shoppings no país, informa que as vendas de sábado até quarta-feira passada cresceram 12% na comparação com igual período de 2001. A Abrasce consultou 20 shoppings.
Os shoppings têm tradicionalmente projeções mais positivas das vendas. O shopping Ibirapuera informa que os lojistas estão esperando vender neste Dia das Mães entre 10% e 12% mais do que em igual período do ano passado. A rede Plaza (shoppings Paulista, West Plaza e Plaza Sul) prevê alta de 10%. "Nós não constatamos crescimento de vendas desse tamanho nas vendas", diz Pina, economista da federação.
A Gregori, rede especializada em roupas femininas, com 45 lojas no país, prevê vender 10% mais para este Dia das Mães do que no ano passado. A previsão inicial, no entanto, era faturar 20% mais, informa Sheila Maria Santana, supervisora da rede.
Para atrair os consumidores, lojas fazem promoções. A Lojas Americanas, por exemplo, oferece parcelamento de até dez vezes sem juros no cartão de crédito. A parcela mínima é de de R$ 10.

Colaborou Claudia Rolli, da Reportagem Local


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