DA REPORTAGEM LOCAL

A pesquisa de intenção de voto que tanto assustou o mercado nesta semana foi motivo para acalmar os investidores ontem.
Após quatro dias de especulação em torno do resultado, os boatos mudaram. Até quinta-feira, investidores estavam em pânico por acreditar que o resultado da sondagem apontaria a queda de José Serra (PSDB), o candidato do governo, para o quarto lugar na preferência do eleitorado.
Mas ontem, finalizada a pesquisa, vazou para o mercado que Serra teria se firmado na segunda colocação, se distanciando de Ciro Gomes (PPS) e de Anthony Garotinho (PSB). O candidato da oposição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém o primeiro lugar.
Foi só o boato começar e o comportamento do dólar começou a melhorar. A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,12% -pela primeira vez em seis pregões consecutivos-, cotada a R$ 2,469. Logo na abertura das negociações, chegou a subir 1,29% e superar os R$ 2,50. O mercado ainda seguia a tensão que havia se instaurado na quinta-feira.
A Bovespa também teve um dia volátil. Fechou com pequena alta, de 0,23%. Em seu pior momento, registrou baixa de 1,3%. Bolsa e dólar continuam em seus piores níveis neste ano. Os C-Bonds, títulos da dívida externa brasileira, subiram 0,33%. O risco-país, medido pelo JP Morgan, caiu 0,42%, para 945 pontos.
O Banco Central realizou, pela segunda vez, seu leilão "solteiro" de "swap" cambial. Como da primeira vez, a demanda superou em muito a oferta, o que deixa clara a procura no mercado por "hedge" (proteção cambial). Houve até o boato de que o BC realizaria novo leilão ontem mesmo, o que não se confirmou.
Segundo Helio Osaki, analista da Finambras, haverá alguns dias de folga, mas a tendência do dólar daqui por diante é de alta.
"Pode até haver uma queda ou outra, mas ela será pequena e não se manterá por muito tempo. O mercado está muito suscetível a qualquer notícia."
As ações preferenciais da Embratel caíram 0,63% ontem. Após a forte queda de anteontem, puxada pelas dificuldades financeiras enfrentadas por sua controladora, a WorldCom, o papel foi o mais desvalorizado desta semana do Ibovespa. Acumulou perda de 17,7% no período.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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