São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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BALANÇO

Desaceleração mundial foi a responsável pela queda, mas empresa espera compensar perda com alta da gasolina

Lucro da Petrobras cai 69% no trimestre

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras foi afetada pela desaceleração da atividade econômica mundial, que contribuiu para a redução de 69% do lucro líquido da companhia nos três primeiros meses de 2002 em relação ao quarto trimestre do ano passado. No período, o lucro da Petrobras foi de R$ 866 milhões, contra R$ 2,823 bilhões do quarto trimestre do ano passado.
Em relação ao resultado dos três primeiros meses do ano passado, quando a empresa lucrou R$ 2,275 bilhões, a queda foi de 62%.
O diretor financeiro da Petrobras, João Nogueira Batista, justificou o resultado como um fenômeno mundial que atingiu todas as companhias mundiais do setor.
A tendência, segundo o executivo, é de a companhia compensar a redução acentuada neste trimestre, quando já serão contabilizados os benefícios dos últimos reajustes dos preços da gasolina, nos meses de março e abril deste ano.
"Fatores como a desaceleração da economia americana e a guerra do Oriente Médio, que contribuíram para a retração da demanda internacional, foram responsáveis pela compressão das margens [lucro" do refino, segmento que mais afetou o resultado", disse Nogueira Batista.
Nos três primeiros meses deste ano, a Petrobras contabilizou receita operacional líquida de R$ 11,239 bilhões, 17% menos do que a receita do quatro trimestre de 2001, de R$ 13,464 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a empresa faturou R$ 13,5 milhões, a queda também foi de 17%.
A geração de caixa (Ebitda) no primeiro trimestre de 2002, de R$ 2,383 bilhões, também foi 26% inferior aos R$ 3,207 bilhões do quarto trimestre do ano passado. Na comparação com os três primeiros meses de 2001, quando a Petrobras obteve geração de caixa de R$ 4,752 bilhões, a queda é ainda maior, de 50%.

Futuras emissões
Nogueira Batista anunciou ontem que a empresa vai agilizar os procedimentos burocráticos na SEC (Securities and Exchange Comission, autoridade regulatória americana dos mercados de capitais) para futuras emissões no mercado americano. O conselho da Petrobras aprovou ontem uma dessas medidas, o registro global junto à entidade regulatória.
Por meio desse registro, a empresa vai tentar evitar, na prática, a repetição de fatos como a suspensão da emissão de US$ 500 milhões em papéis no mercado americano, ocorrida na última semana por conta das incertezas do mercado acionário americano com os papéis das grandes corporações internacionais.
"Nós aprovamos essa operação no dia 23 de março, mas ela só pôde ocorrer na época da suspensão, praticamente um mês depois", justificou o executivo, ao afirmar que, na época, não havia o registro global.



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