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DIAS DE TENSÃO
Mercado reflete expectativa de alta dos juros nos EUA; euro tem menor cotação ante o dólar em mais de cinco meses
Bolsas caem no mundo; dólar ganha força
DA REDAÇÃO
A expectativa de que a taxa de
juros nos Estados Unidos será elevada em breve voltou a influenciar os mercados mundiais ontem. As Bolsas pelo mundo fecharam com expressivas quedas, e o
dólar recuperou "terreno" em relação às principais moedas.
Os dados sobre o mercado de
trabalho nos EUA, divulgados na
sexta-feira, ainda repercutiam ontem. Com o anúncio da criação de
288 mil vagas em abril, acima das
expectativas dos analistas, cresceu
a percepção de que o Federal Reserve (o banco central dos EUA)
poderá elevar os juros ainda na
reunião do fim de junho.
A Bolsa de Nova York caiu aos
menores níveis de 2004, influenciada também pela notícia de que
o Citigroup pagará US$ 2,65 bilhões para entrar em acordo com
acionistas e detentores de bônus
da WorldCom e pela desvalorização das ações da Exxon, devido à
notícia de que a produção mundial de petróleo poderá subir.
O índice Dow Jones perdeu
1,26% e fechou abaixo do patamar
simbólico de 10 mil pontos pela
primeira vez desde dezembro
(9.990,02). O Nasdaq, das empresas de alta tecnologia, recuou
1,14%, para 1.896,07 pontos, o menor nível desde novembro.
"Nós ainda estamos digerindo o
relatório de sexta-feira sobre o
emprego", afirmou Daniel Katzive, analista de câmbio do UBS.
Os investidores temem que a
elevação da taxa de juros norte-americana, em 1% ao ano desde
junho de 2003, eleve o custo dos
empréstimos e restrinja os gastos
de empresas e consumidores.
A perspectiva de alta dos juros
também afeta o fluxo de capital
aos mercados emergentes, que
oferecem maiores retornos -e
riscos- aos investidores. Um aumento da taxa americana torna
mais atraentes os depósitos em
dólar, o que ajuda a explicar o fluxo negativo e a desvalorização de
moedas de outros países.
A rentabilidade dos títulos do
Tesouro americano continuou a
subir ontem. A taxa de retorno
para os papéis com vencimento
em dez anos cresceu para 4,8%,
ante 4,77% na sexta-feira. Há uma
semana, a taxa era de 4,5%.
O euro alcançou ontem a menor
cotação em relação ao dólar em
quase cinco meses e meio e fechou, em Londres, a US$ 1,1865,
ante US$ 1,1925 na sexta-feira.
Desde que atingiu seu maior valor
histórico (US$ 1,2852), em 9 de janeiro passado, a moeda única européia já perdeu quase 8%.
O euro se manteve nesse patamar, acima de US$ 1,25, por mais
de um mês e somente começou a
cair no fim de fevereiro, quando
autoridades européias começaram a externar preocupação com
a valorização da moeda, que prejudica as exportações.
Em relação à moeda japonesa, o
dólar registrou seu maior valor
em oito meses, fechando a 113,6
ienes, com alta de 1,2%.
O impacto do relatório sobre o
emprego foi sentido logo no início
do dia. As Bolsas asiáticas abriram com perdas, que só cresceram ao longo do dia. Em Tóquio,
o índice Nikkei 225 registrou a
maior queda desde o 11 de Setembro (em 2001), de 4,84%. A Bolsa
de Hong Kong caiu 3,57%, e a da
Tailândia (Bangcoc), 4,89%.
Na Europa, os temores de uma
alta dos juros nos EUA e dos preços do petróleo -apesar da queda do barril durante o dia- foram responsáveis pelos resultados das Bolsas, segundo analistas.
O índice FTSE 100, o principal
da Bolsa de Londres, caiu 2,29%;
na Alemanha, o DAX fechou em
baixa de 2,85%, e, em Paris, o
CAC-40 perdeu 2,73%.
Com agências internacionais
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