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TELEFONIA
Sistema deve começar a operar com apenas 10% dos 150 mil primeiros assinantes; selo colorido definirá data
SP terá celular digital até final do mês
ARTHUR PEREIRA FILHO
da Reportagem Local
A cidade de São Paulo entra finalmente na era do celular digital.
Até o final desta semana, a BCP
Telecomunicações -empresa que
ganhou a concorrência para operar a banda B na região metropolitana de São Paulo- deve ativar o
sistema.
Mas para a maior parte dos 150
mil consumidores já convocados
para comprar o celular digitar e o
direito de usar o serviço, os telefones vão continuar mudos.
É que a BCP decidiu colocar essas linhas em funcionamento por
etapas. No dia da inauguração
-ainda não definido pela empresa- apenas um lote de aparelhos,
que será escolhido por sorteio, poderá fazer e receber ligações.
Bel Carvalho, porta-voz da empresa, conta que isso é necessário
para que "alguns ajustes" possam ser feitos na rede.
Os celulares habilitados até agora foram divididos em dez lotes
-o que dá cerca de 15 mil linhas
por lote-, identificados por selos
de diferentes cores, fixados no
contrato assinado pelo consumidor com a BCP. A intenção da empresa é ativar todas as 150 mil linhas em no máximo 30 dias após a
entrada em operação.
A BCP tem como sócios principais o grupo Safra e a telefônica
BellSouth, dos EUA. Venceu a
concorrência em 97 ao oferecer
US$ 2,64 bilhões para operar a
banda B na região metropolitana
de São Paulo.
Fase de testes
O sistema opera em fase experimental desde o início de abril. Três
mil funcionários da BCP e especialistas em telecomunicações estão
utilizando os celulares digitais e
transmitindo informações sobre o
funcionamento. O objetivo principal, conta Carvalho, é detectar
eventuais "áreas de sombra" (locais onde o celular não recebe ou
não consegue fazer chamadas).
Mesmo com todos os testes, a
porta-voz da BCP faz um alerta.
Ao ser inaugurado, o sistema de
celular digital "não estará 100%,
ainda não será a rede dos sonhos.
É por isso que vamos ativar os
aparelhos aos pouquinhos".
A BCP está investindo US$ 600
milhões na rede de celular digital
da Grande São Paulo. Em fevereiro, abriu inscrições para os interessados. Em duas semanas, recebeu 1,6 milhão de formulários de
inscrição. Os primeiros 150 mil
usuários foram escolhidos em sorteio realizado dia 6 de março.
Até agosto, a empresa pretende
ativar mais 350 mil linhas. Os primeiros 50 mil da segunda etapa estão sendo convocados.
O celular digital já existe em algumas capitais brasileiras -Brasília, Salvador, Aracaju, Goiânia e
Porto Alegre. Até agora, os paulistanos têm acesso apenas ao celular
analógico, serviço oferecido pela
Telesp desde agosto de 93. Existem
cerca de 750 mil linhas em funcionamento na Grande São Paulo. A
fila da Telesp Celular conta com
2,8 milhões de inscritos.
Empresas do setor estimam que
a fila de espera dure ainda cerca de
dois anos, mesmo com a implantação do celular digital.
Sem interferência
A nova tecnologia chega com a
promessa de eliminar alguns dos
problemas que mais incomodam
os usuários do sistema analógico:
ligações que caem a toda hora ou
que simplesmente não podem ser
feitas ou recebidas em determinados pontos da cidade.
O sistema digital é menos sensível a interferências e tem capacidade para um grande número de
ligações em um único canal de
voz. Permite o recebimento de
mensagens de pager e a identificação de chamadas. Uma desvantagem: o preço do aparelho digital
ainda é mais alto que o analógico.
O celular digital, garante a BCP,
é compatível com os analógicos.
Dentro da área de cobertura -no
caso da região metropolitana de
São Paulo, o DDD 011-, pode receber e fazer ligações para qualquer celular e para telefones fixos.
Mas para que o celular digital de
São Paulo possa ser utilizado nas
outras cidades -uma operação
conhecida como roaming- a
BCP precisa fazer um contrato
com a Telebrás e com as operadoras de cada área.
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