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AGROFOLHA
PECUÁRIA
Divulgação
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Animais da raça angus; nove leilões de raças movimentaram R$ 3,6 milhões durante a realização da Feicorte, em São Paulo |
Previsão é do secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho; país tenta conquistar mercado em países asiáticos
Exportação de carnes deve render US$ 1 bi
DA REPORTAGEM LOCAL
As exportações brasileiras de carnes devem atingir cerca de US$ 1 bilhão neste ano. Em 2001, a receita externa com a carne brasileira foi de US$ 738 milhões, marca que já superava em 60% o resultado de 2000.
Essa expectativa do secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, foi manifestada durante a Feicorte, um dos principais eventos da pecuária de corte do Brasil,
que terminou domingo com recordes de público e de receita em
seus leilões.
De janeiro a abril deste ano, segundo Ramalho, o Brasil exportou US$ 248 milhões, contra US$
177 milhões no mesmo período
do ano passado.
"Esse crescimento é a prova de
que o país está consolidando os
mercados que conquistou no ano
passado, quando as exportações
de carne foram 60% maiores que
no ano anterior", disse Ramalho.
Segundo ele, o país está em via
de abrir mercado para carne na
Rússia. As perspectivas para o
país em outros países da Ásia
também são promissoras, afirmou Ramalho.
Em palestra durante o congresso, porém, o diretor do Fapri (Instituto de Estudos de Política Agrária, na sigla em inglês) dos EUA,
Robert Young, disse que o Brasil,
para exportar mais, vai ser obrigado a conquistar mercado obtidos
por outros países.
Segundo ele, o crescimento na
demanda mundial por carne bovina não é tão alto quanto o de outras carnes. Portanto o Brasil só
exportará mais se for capaz de tirar mercado de outros países.
O diretor executivo da Abiec
(Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne),
Ênio Marques, afirmou que o
mercado asiático é bastante interessante para o país porque, além
da carne comum, compra miúdos
para pratos exóticos.
"Eles compram tudo o que nós
não aproveitamos do boi, como
os miúdos. Uma vez que não utilizamos esse material, nosso potencial de exportação para lá é do tamanho do nosso abate total", disse o diretor da associação.
Risco brasileiro
Segundo o secretário, a turbulência do mercado com a proximidade das eleições não está afetando as exportações brasileiras.
Para ele, independentemente de
quem seja o próximo presidente,
as exportações deverão permanecer estáveis.
A queda de 12% nas vendas totais do país ao exterior verificada
na comparação entre janeiro e
abril deste ano em relação ao mesmo período do ano passado não
foi motivada pelas eleições. De
acordo com Ramalho, as causas
dessa retração são a queda nas
vendas para a Argentina, segundo
maior comprador de produtos
brasileiros, e a recessão nos EUA.
"O Brasil não está perdendo
mercado. A queda se deve à retração mundial do comércio", disse.
Resultados
Durante a feira, algumas das
principais atrações foram os
eventos paralelos. Um congresso
sobre pecuária de corte reuniu integrantes de todos os elos da cadeia da carne para discutir o setor.
A feira recebeu cem empresas
expositoras neste ano, um aumento significativo em relação às
20 que estiveram na edição da feira em 2001. Os leilões, principal
atração da feira, movimentaram
R$ 3,6 milhões. A média de giro
neste ano foi de R$ 41,4 mil por lote, contra a média de R$ 25 mil registrada no ano passado.
O lote mais caro negociado durante a feira foi a prenhez (resultado da "gravidez" de uma vaca, seja qual for o resultado) de uma vaca nelore, vendida por R$ 245 mil.
De acordo com o leiloeiro José
Eduardo Matuk, que conduziu os
remates durante a Feicorte, esse
giro prova que São Paulo também
é uma cidade importante para a
comercialização de gado de elite.
Os leilões deste ano, disse, conseguiram atrair empresários urbanos que têm interesse em investir na pecuária.
Mais de 22 mil pessoas, em sua maioria fazendeiros e criadores, visitaram a feira, que aconteceu entre os dias 5 e 9 deste mês, no Pavilhão de Exposições Imigrantes, em São Paulo.
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