São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

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Bovespa cai mais 2,17% e se afasta de seu recorde

Papéis da Vale voltaram a recuar e prejudicar a Bolsa

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após dois meses de expressivas altas e quebras de recordes, a Bovespa atravessa um momento não tão positivo em junho. No mês, a Bolsa sofre desvalorização de 6,64%. Apenas no pregão de ontem, a baixa ficou em 2,17%.
O mau desempenho de seus dois papéis de maior liquidez abateu a Bolsa de Valores de São Paulo ontem. As ações da Vale foram pelo segundo dia destaque de queda no pregão. A reação dos investidores à possibilidade de a Vale fazer uma aquisição no mercado internacional não tem sido das melhores. Operações desse tipo podem resultar em endividamento, o que nem sempre é bem visto pelos acionistas.
A ação PNA da Vale teve baixa de 4,10% ontem. Para a ON (ordinária), houve depreciação de 2,18% -o papel já havia caído outros 3,38% na segunda.
"A informação de que a Vale pretende fazer uma aquisição no exterior, tendo de emitir um montante elevado de ações para levantar recursos para realizar a operação, tem impactado no preço de seus papéis", afirma Charles Philipp, diretor da corretora SLW.
O índice Ibovespa -que agrupa as 66 ações de maior liquidez- encerrou ontem a 67.774 pontos, distanciando-se de seu recorde, que foram os 73.516 pontos registrados em 20 de maio.
Para Philipp, da SLW, a Bolsa "já caiu bastante recentemente, se ajustou". "O mercado já está preparado para uma retomada das altas", diz.
Entre os meses de abril e maio, a Bovespa acumulou valorização superior a 19%. Com isso, ainda registra resultado positivo no ano, de 6,09%.
O recuo dos papéis da Petrobras ontem também pesou no resultado final da Bolsa. A nova queda no preço do barril de petróleo no exterior tirou fôlego das ações da Petrobras, que caíram 3,12% (PN) e 2,97% (ON).
O petróleo fechou em baixa de 2,26% em Nova York, cotado a US$ 131,31. Em Londres, o produto terminou o dia com queda de 2,16%.
As declarações do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, que tem demonstrado grande preocupação com a inflação no país, têm ajudado a derrubar as commodities. Bernanke tem dado sinais em suas falas de que os juros norte-americanos podem voltar a ser elevados em um futuro próximo. O titular do Fed também tem se mostrado preocupado com o dólar depreciado.
Ontem o dólar se valorizou diante do euro e do iene, como havia ocorrido na segunda.
No mercado de câmbio brasileiro, aconteceu o mesmo: a moeda norte-americana subiu 1,23% diante do real e terminou ontem a R$ 1,647.
Se o desempenho das principais Bolsas do planeta não foi tão ruim quanto o da Bovespa, seus resultados também não foram animadores. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,43%; o índice Dow Jones teve leve alta de 0,08%. Em Londres, houve recuo de 0,86%.


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