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Bovespa cai mais 2,17% e se afasta de seu recorde
Papéis da Vale voltaram a
recuar e prejudicar a Bolsa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após dois meses de expressivas altas e quebras de recordes,
a Bovespa atravessa um momento não tão positivo em junho. No mês, a Bolsa sofre desvalorização de 6,64%. Apenas
no pregão de ontem, a baixa ficou em 2,17%.
O mau desempenho de seus
dois papéis de maior liquidez
abateu a Bolsa de Valores de
São Paulo ontem. As ações da
Vale foram pelo segundo dia
destaque de queda no pregão. A
reação dos investidores à possibilidade de a Vale fazer uma
aquisição no mercado internacional não tem sido das melhores. Operações desse tipo podem resultar em endividamento, o que nem sempre é bem
visto pelos acionistas.
A ação PNA da Vale teve baixa de 4,10% ontem. Para a ON
(ordinária), houve depreciação
de 2,18% -o papel já havia caído outros 3,38% na segunda.
"A informação de que a Vale
pretende fazer uma aquisição
no exterior, tendo de emitir um
montante elevado de ações para levantar recursos para realizar a operação, tem impactado
no preço de seus papéis", afirma Charles Philipp, diretor da
corretora SLW.
O índice Ibovespa -que
agrupa as 66 ações de maior liquidez- encerrou ontem a
67.774 pontos, distanciando-se
de seu recorde, que foram os
73.516 pontos registrados em
20 de maio.
Para Philipp, da SLW, a Bolsa
"já caiu bastante recentemente, se ajustou". "O mercado já
está preparado para uma retomada das altas", diz.
Entre os meses de abril e
maio, a Bovespa acumulou valorização superior a 19%. Com
isso, ainda registra resultado
positivo no ano, de 6,09%.
O recuo dos papéis da Petrobras ontem também pesou no
resultado final da Bolsa. A nova
queda no preço do barril de petróleo no exterior tirou fôlego
das ações da Petrobras, que caíram 3,12% (PN) e 2,97% (ON).
O petróleo fechou em baixa
de 2,26% em Nova York, cotado
a US$ 131,31. Em Londres, o
produto terminou o dia com
queda de 2,16%.
As declarações do presidente
do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Ben Bernanke, que tem demonstrado
grande preocupação com a inflação no país, têm ajudado a
derrubar as commodities. Bernanke tem dado sinais em suas
falas de que os juros norte-americanos podem voltar a ser
elevados em um futuro próximo. O titular do Fed também
tem se mostrado preocupado
com o dólar depreciado.
Ontem o dólar se valorizou
diante do euro e do iene, como
havia ocorrido na segunda.
No mercado de câmbio brasileiro, aconteceu o mesmo: a
moeda norte-americana subiu
1,23% diante do real e terminou
ontem a R$ 1,647.
Se o desempenho das principais Bolsas do planeta não foi
tão ruim quanto o da Bovespa,
seus resultados também não
foram animadores. A Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,43%; o
índice Dow Jones teve leve alta
de 0,08%. Em Londres, houve
recuo de 0,86%.
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