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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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CRÉDITO

Dado de inadimplência aponta queda de devedores entre pessoas e empresas

Cai número de pessoas no "vermelho"

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A inadimplência de pessoas físicas perdeu o fôlego no país. Dados da Serasa (Centralização de Serviços Bancários) mostram que a alta da inadimplência (pessoas com débitos em aberto) no primeiro semestre de 2003 foi de 5,9% em relação a igual período de 2002. No ano passado, a expansão foi bem maior: 35% em relação a 2001. A cada ano, portanto, cai o total de pessoas com dívidas atrasadas no país.
Isso ocorre porque os consumidores iniciaram, em 2002, um movimento de "limpeza" dos nomes na praça. Temendo novos aumentos nos juros, num cenário de desemprego em alta e renda minguada, o brasileiro passou a se preocupar em liquidar as dívidas.
Segundo o serviço de orientação da Serasa para consumidores com débitos, a inadimplência decorrente das compras de final de ano, que utilizaram prazos mais longos de financiamento, já reduziu-se neste ano.
Para calcular essa queda, foram levantados dados sobre a evolução da inadimplência no total de cheques emitidos na praça, em cartões de crédito e financeiras. Fazem parte do levantamento também o total de títulos protestados e a evolução da insolvência no sistema financeiro.

Empresas mais sadias
O Indicador Serasa de Inadimplência apontou ainda uma queda no ritmo de crescimento da de empresas devedoras.
De janeiro a junho de 2003, a inadimplência cresceu 5,2% nesse segmento, na comparação com o mesmo período de 2002. No ano passado, o aumento foi de 15,2% sobre 2001.
Ao incluir numa única conta a taxa de débitos em aberto de pessoas físicas e jurídicas, há um volume geral de inadimplência
De janeiro a junho houve aumento de 3,5% nesse montante, na comparação com o mesmo período de 2002. No ano passado, a alta foi bem maior: 26,6% em relação ao 1º semestre de 2001.
Com a necessidade de o brasileiro reorganizar suas contas, mudou a forma como ele compra. O consumidor passou a usar menos cheques, conforme pesquisas já anunciaram, e começou a sacar mais o cartão de crédito em 2003. Com isso, ele posterga o pagamento do débito.
Resultado: como passou a usar menos o talão, caiu o número de cheques devolvidos. Em 2003, eles representaram 36% do total devolvido. Em 2002, eram 37%.


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