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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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VÔO ERRÁTICO

Total de americanos que recebem benefício é o maior em 20 anos e lança dúvidas sobre retomada econômica

Fila do desemprego bate recorde nos EUA

DA REDAÇÃO

O total de norte-americanos vivendo com o auxílio do seguro-desemprego atingiu o maior número em 20 anos, num indicador de que a esperada recuperação econômica, prevista para se materializar neste semestre, ainda segue como questão em aberto.
As Bolsas norte-americanas, que iniciaram um período de intensa recuperação depois da Guerra do Iraque, encerraram o dia em queda. Para os analistas, o salto nos preços das ações talvez tenha ocorrido cedo demais e rápido demais.
"Em resumo, estamos presos a um ciclo vicioso. Os consumidores, preocupados com o emprego, estão segurando os gastos. As empresas, temendo fazer apostas com a demanda tão baixa, estão segurando as contratações", disse Oscar Gonzalez, da consultoria John Hancock Financial Services.
De acordo com o Departamento de Trabalho dos EUA, o total de pessoas sacando mensalmente o benefício subiu para 3,82 milhões no mês passado, a maior marca em termos absolutos desde fevereiro de 1983. Na semana passada, já havia sido informado, pelo mesmo departamento, que a taxa de desemprego atingiu, também no mês passado, 6,4%, o maior percentual em nove anos.
Em outro dado preocupaste, o total de novos pedidos semanais de seguro-desemprego permanece acima de 400 mil há 21 semanas consecutivas. Para os economistas americanos, quando o indicador mantém-se acima de 400 mil é um sinal de que o mercado de trabalho está em contração.
Para alguns economistas, os EUA passam por uma retomada atípica, em que a economia cresce sem que empregos sejam criados. Depois do boom dos ano 90, o país entrou em recessão em 2001, e, desde o início do ano passado, tem se recuperado de maneira instável e errática.
Nos últimos dois anos, os EUA enfrentaram vários choques. O estouro da "bolha" de investimentos em tecnologia, os ataques do 11 de Setembro, os escândalos das fraudes contábeis e duas guerras -no Afeganistão e no Iraque. Tudo isso, entre outros fatores, abalou a confiança dos consumidores e dos empresários, o que impediu que a economia entrasse em uma nova fase de crescimento sólido e duradouro.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York encerrou o dia em queda de 1,3%, sob influência das más notícias sobre o mercado de trabalho. A Nasdaq, Bolsa de empresas tecnológicas, perdeu 1,8%. As ações da Yahoo caíram 7% depois que a empresa divulgou resultados abaixo das expectativas.


Com agências internacionais


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