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MERCADO ABERTO
Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br
Mantega desafia críticos a provar equívoco nas contas
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que são
equivocadas as críticas que têm
sido feitas aos números divulgados por ele sobre os investimentos públicos no governo
Lula. Ele tem sido acusado de
ter inflado os dados para mostrar que os investimentos públicos no atual governo foram
maiores do que os do anterior.
Segundo Mantega, os dados
usados por ele foram corretos e
refletem a contabilidade nacional em vigor. "O quadro que
apresentamos seguiu rigorosamente os dispositivos legais determinados pela Lei de Finanças Públicas 4.320, de 1964, que
rege toda a contabilidade nacional até hoje", diz.
Na semana passada, Mantega
suscitou uma grande polêmica
ao divulgar números do investimento público de 1999 até hoje.
O motivo foi o fato de ele ter
calculado os dados com base no
conceito de investimentos liquidados, que não significa que
tenham sido sido efetivamente
realizados. O governo sempre
deixa uma boa parte dos investimentos de um ano para outro
numa conta chamada restos a
pagar, e muitas vezes esses gastos são cancelados.
Mantega não nega e tampouco desconhece essa sistemática. Seu argumento, no entanto,
é que os dados apresentados
por ele foram elaborados com
base na legislação em vigor. Segundo o ministro, os números
usados para o cálculo do investimento no governo anterior
também obedeceram à mesma
metodologia.
"Eu desafio alguém a me provar que os números não são legais", diz Mantega. "Se, por acaso, os critérios usados, que são
legais, distorcem os dados, essa
é uma outra discussão."
Mantega admite a possibilidade de discutir se esse é ou não
o melhor critério para se calcular o investimento público,
mas, até que não se mude a lei,
não há, a seu ver, como mudar
esse conceito.
O ministro diz que se usasse
outra metodologia poderia ser
acusado de estar distorcendo
os dados, já que não estaria
usando os dispositivos legais
constantes na lei.
Mantega também nega que
esteja fazendo campanha eleitoral à reeleição de Lula. Segundo ele, seu objetivo foi de
mostrar que o investimento
público começa a revelar sinais
de recuperação.
De acordo com Mantega, o
investimento público não será
o mesmo que nas décadas de 60
e 70, quando o Estado tinha a
função de motor da economia.
Hoje, essa atribuição é do setor
privado. Só que, agora, depois
de um longo tempo em declínio, Mantega diz que o investimento público começa novamente a crescer.
MODA NA CABEÇA
Na semana da moda paulista, a Koleston pega uma carona até a passarela para lançar nova cartela de cores de
cabelos. O objetivo do chamado Fashion Colors é aliar a
marca aos conceitos da moda. Segundo Juliana Azevedo,
diretora da Koleston, a idéia é mostrar para as clientes
que o produto "acompanha os movimentos e o espírito do
novo tempo". Nesta edição do São Paulo Fashion Week,
os novos tons serão apresentados ao público no desfile da
Forum. Mas o desfecho da parceria não coincide com o
fim do evento. Após o desfile, as duas marcas permanecem unidas nas vitrines da grife e em outras ações de comunicação que ainda estão em fase de definição.
CASA DE MÁQUINAS
Para comemorar os US$ 80 milhões em vendas do Challenger 300 no último ano, a Ocean Air Taxi Aéreo, representante da canadense Bombardier, inaugura no fim de
2006, em SP, um depósito com peças de reposição para jatos
executivos da marca. Trata-se de um depósito alfandegário
com mais de 10 mil itens e investimento inicial de US$ 3 milhões para atender o mercado sul-americano. Para José
Brandão, presidente da Ocean Air Taxi Aéreo, o depósito
tem estrutura inédita e trará mais eficiência. "Hoje, quem
precisa, tem que esperar pela importação, que falha. Imagine um proprietário que necessita de uma peça e fica com o
avião parado por que a Receita está em greve", diz Brandão.
MUDANÇA NA FIESP
O conselho de representantes da Fiesp, principal
departamento do órgão, decidiu ontem em reunião, por
unanimidade, mudanças no
estatuto. Entre elas, o mandato do presidente passará
de três para quatro anos,
com direito a apenas uma
reeleição. As regras passam
a valer a partir do próximo
mandato, que começa em 28
de setembro de 2007.
POLÍTICA NO MENU
O ex-ministro do Planejamento Martus Tavares, participa de jantar-palestra da
Anefac, no dia 25, em SP.
PETRÓLEO NO AR
A Continental Airlines teve recorde de ocupação em
junho, com taxa consolidada
de 84,5%, 2,3 pontos percentuais a mais que em 2005. A
empresa tem dois vôos diários no Brasil. Entre eles, a
rota Rio-SP-Houston, ocupada, principalmente, por
executivos do petróleo.
POLÊMICA BRANCA
O Brasil dirige o olhar para o mercado de linha branca argentino. A comissão de
monitoramento de comércio entre os vizinhos se reúne amanhã, em Buenos Aires, para tratar de exportação. Em 2004, os empresários brasileiros limitaram as
vendas, desde que os argentinos não comprassem de
outros países. Empresários
brasileiros suspeitam que o
acordo não foi cumprido.
AERONÁUTICA
A aeronáutica brasileira
participa da Farnborough
International Airshow, uma
das mais importantes do setor, no Reino Unido, na próxima semana. Entre os destaques da participação brasileira está a apresentação
de um simulador de vôo pelo
consórcio de empresas HTA
e um seminário para atração
de investimentos para o
país, realizado pela Apex.
SUBSTITUIÇÃO
Sérgio Framan Blatyta
acaba de assumir a diretoria
da tesouraria do banco de
atacado do Santander Banespa, no lugar antes ocupado por Mário Toros.
UMA GRANDE LIÇÃO
Guido Mantega gostou da
vitória da Itália, mas não por
ser genovês. Ele diz que é
2,5% italiano e 95% brasileiro, já que veio para o Brasil
com dois anos e meio. O que
o fez torcer para a Itália foi o
fato de a Azurra ter ido a forra das duas vitórias da França contra o Brasil em Copas
passadas (86 e 98), além de
ter feito a melhor campanha. Mantega acha que o
episódio da cabeçada do Zidane serve como uma grande lição, que vale para a política. "A França poderia até
ter ganho se o seu principal
jogador não tivesse perdido
a cabeça."
FRASE
Eu desafio
alguém a me provar
que os números não são
legais. Se, por acaso, os
critérios usados, que são
legais, distorcem os
dados, essa é uma outra
discussão.
GUIDO MANTEGA
ministro da Fazenda
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