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Preço mínimo do leilão da Varig cai 81%
Valor oferecido pela VariLog cai de US$ 277 mi para US$ 52 mi; administradora aceita, e leilão é marcado para o dia 18
Segundo a Deloitte, lance refere-se só à linha de crédito oferecida pela ex-subsidiária para que a companhia
sobrevivesse até a venda
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio marcou o
novo leilão da Varig para o próximo dia 18. A venda só ocorrerá se os credores aprovarem em
assembléia marcada para o dia
17 a proposta de compra apresentada pela VarigLog.
Após uma audiência de mais
de sete horas na Justiça do Rio,
a administradora judicial da
Varig, a consultoria Deloitte,
avaliou que a proposta da VarigLog, com modificações, merece ir a leilão.
O preço mínimo de aquisição
da companhia foi alterado de
R$ 277 milhões, conforme o
previsto na proposta da ex-subsidiária, para US$ 24 milhões
(R$ 52,8 milhões). Segundo o
administrador, o lance mínimo
atual refere-se apenas à linha
de crédito oferecida pela VarigLog para que a Varig sobrevivesse até a realização de um novo leilão.
De acordo com Luiz Alberto
Fiore, sócio da Deloitte, os demais interessados em adquirir
a companhia aérea precisarão
oferecer lances superiores a
US$ 24 milhões. Além disso,
deverão se comprometer a
emitir debêntures (títulos de
dívida) para credores trabalhistas e com garantias contratuais,
como o Aerus, fundo de pensão
dos funcionários.
O interessado poderá emitir
debêntures no valor de R$ 100
milhões com resgate em dez
anos e remuneração fixa de
8,4% ao ano ou resgatáveis à
vista por cerca de R$ 82 milhões. Haverá também o compromisso de investir na nova
Varig US$ 75 milhões até 48
horas após a homologação da
venda.
Em meio à discussão, a VarigLog realizou ontem o décimo
primeiro depósito para garantir a sobrevivência da Varig. O
valor não foi informado, mas
até a última sexta-feira a ex-subsidiária já havia aportado
US$ 11 milhões. A Varig tem
usado os recursos para pagar
despesas com combustível e tarifas. Ontem, a empresa pagou
R$ 175 mil à Infraero referentes a tarifas aeroportuárias de
hoje.
O limite estabelecido para a
linha de crédito oferecida à Varig é de US$ 20 milhões. O presidente da Varig afirmou na última sexta que a renovação seria automática e que US$ 2 milhões ou US$ 3 milhões a mais
não impediriam a conclusão da
operação.
O principal ponto questionado pela Deloitte era o preço mínimo de R$ 277 milhões que seria destinado à velha Varig para
o pagamento de credores.
A audiência de ontem reuniu
representantes da Deloitte, o
presidente da companhia aérea, Marcelo Bottini, e os juízes
que cuidam do caso.
Nela, também foi definido
que a "velha Varig", parcela da
empresa que permanece em recuperação judicial, ficará com
um único destino, Porto Seguro
(BA), e duas autorizações de
vôo.
Contestação
Os advogados da VarigLog
apresentaram documento contestando o parecer da administradora judicial da Varig. Na última sexta-feira, a consultoria
entregou à Justiça um relatório
em que avalia que a venda da
companhia aérea não seria benéfica para os credores.
Segundo a administradora,
os R$ 277 milhões oferecidos
pela Varig estavam inflados
porque incluíam itens como
debêntures, aluguéis e fretamentos. Para a consultoria, o
valor real da proposta é de R$
126,96 milhões.
A audiência começou às 13h,
mas foi suspensa por três horas
durante à tarde para que a Deloitte pudesse avaliar a nova
documentação. À noite, foi retomada. O acordo só foi anunciado depois das 23h.
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