São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2007

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Francês é virtual sucessor de Rato no comando do FMI

UE escolhe Dominique Strauss-Kahn, ministro durante os governos socialistas da década de 90 e apontado por Sarkozy

Caso Strauss-Kahn seja eleito para o comando do Fundo, quatro grandes organismos internacionais serão dirigidos por franceses

DA REDAÇÃO

Os 27 países da União Européia escolheram o ex-ministro francês Dominique Strauss-Kahn para suceder Rodrigo de Rato no comando do FMI (Fundo Monetário Internacional). Pela tradição, os europeus decidem o comandante do Fundo, o que torna Strauss-Kahn o virtual diretor-gerente do organismo.
"O período a seguir deve ser o de adaptar o FMI à nova ordem criada pela globalização das finanças", afirmou o francês. "A missão do Fundo terá de ser redefinida, assim como as funções dos diferentes parceiros, especialmente dando aos países emergentes os papéis que eles merecem."
Rato só deixará o cargo em outubro, mas a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, disse que um acordo foi feito logo porque havia "uma certa urgência" para iniciar as negociações de apoio ao candidato europeu. Segundo ela, a decisão de ontem "permitirá começar o processo de campanha e consulta com os outros países-membros".
Rato afirmou, no mês passado, que deixará, em outubro, "por razões pessoais" o posto, quase dois anos antes de concluir seu mandato.
A decisão de ontem foi considerada uma vitória para o governo francês, que conseguiu emplacar seu candidato, e uma derrota para o britânico, que afirmava desejar mudanças no sistema de escolha.
Para o presidente Nicolas Sarkozy, a eleição de Strauss-Kahn para o comando do organismo seria "uma honra para a França e uma oportunidade para o FMI". Segundo o mandatário francês, o indicado possui as "qualidades indispensáveis" para o cargo: "Experiência governamental e competência econômica indiscutíveis".
Membro do Partido Socialista, de oposição a Sarkozy, Strauss-Kahn foi ministro das Finanças e da Indústria durante a década de 1990.
Caso ele seja eleito para o comando do Fundo, quatro grandes órgãos internacionais serão dirigidos por franceses: FMI, Organização Mundial do Comércio, Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento e Banco Central Europeu.
O Reino Unido queria um tempo maior para o processo de seleção e mudanças no sistema que, pela tradição, garante a direção do FMI para a Europa e a do Banco Mundial para os Estados Unidos. "O governo britânico não acredita que essa decisão seja sustentável no longo prazo. Precisamos de um sistema mais aberto e transparente. É preciso que todos os membros do FMI tenham a oportunidade de avaliar os candidatos e escolher aquele que for melhor para o cargo", disse o novo chanceler do Reino Unido, Alistair Darling.
Posição semelhante foi pregada por países como Brasil e Austrália na escolha do presidente do Banco Mundial.


Com agências internacionais


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