São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2000


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MERCADO EXTERNO
País supera expectativa na maior troca de papéis já feita por emergente e alonga prazo de pagamento
BC troca US$ 5,22 bi da dívida velha por novos bônus globais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central concluiu ontem a maior operação de troca de dívida velha já feita por um país emergente, com substituição de US$ 5,22 bilhões de papéis antigos por novos bônus globais.
O resultado superou as expectativas do BC, que a princípio abriu uma operação de US$ 1 bilhão. A troca de papéis possibilitou a queda da dívida velha -os chamados "bradies"- de US$ 31,3 bilhões para US$ 26,08 bilhões. Surgiram investidores dispostos a comprar US$ 2,75 bilhões dos bônus globais com dinheiro novo, mas o BC decidiu fazer apenas a troca.
A operação também é inédita pelo seu longo prazo de vencimento, de 40 anos, e porque os títulos foram integralmente vendido por meio da Internet. O Brasil também poderá recomprar os papéis dentro de 15 anos.
A troca de papéis faz parte de um programa do BC para substituir os "bradies" por novos títulos que sejam voluntariamente comprados pelo mercado. Os antigos papéis são estigmatizados porque se originaram de renegociação forçada da dívida, concluída em 94. Alguns fundos estão impedidos de comprar os "bradies", o que reduz a demanda desses papéis e aumenta o seu preço.
O principal "bradie" brasileiro, o C- Bond, é o papel mais volátil do mercado. É o primeiro a ser vendido pelos investidores estrangeiros quando ocorrem crises em países emergentes.
A operação de ontem retirou US$ 1,1 bilhão em C- Bonds do mercado, reduzindo seu volume para US$ 7,1 bilhões.
Para se livrar do estigma dos "bradies", a Argentina e o México fizeram uma troca similar antes do Brasil. Além de o país se livrar da dívida antiga, a operação trouxe pelo menos três vantagens para o Tesouro: reforço das reservas do BC, redução da despesa com a dívida e alongamento de seu prazo de vencimento.


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