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MERCADO EXTERNO
País supera expectativa na maior troca de papéis já feita por emergente e alonga prazo de pagamento
BC troca US$ 5,22 bi da dívida velha por novos bônus globais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central concluiu ontem a maior operação de troca de
dívida velha já feita por um país
emergente, com substituição de
US$ 5,22 bilhões de papéis antigos
por novos bônus globais.
O resultado superou as expectativas do BC, que a princípio abriu
uma operação de US$ 1 bilhão. A
troca de papéis possibilitou a queda da dívida velha -os chamados
"bradies"- de US$ 31,3 bilhões
para US$ 26,08 bilhões. Surgiram
investidores dispostos a comprar
US$ 2,75 bilhões dos bônus globais com dinheiro novo, mas o BC
decidiu fazer apenas a troca.
A operação também é inédita
pelo seu longo prazo de vencimento, de 40 anos, e porque os títulos foram integralmente vendido por meio da Internet. O Brasil
também poderá recomprar os papéis dentro de 15 anos.
A troca de papéis faz parte de
um programa do BC para substituir os "bradies" por novos títulos
que sejam voluntariamente comprados pelo mercado. Os antigos
papéis são estigmatizados porque
se originaram de renegociação
forçada da dívida, concluída em
94. Alguns fundos estão impedidos de comprar os "bradies", o
que reduz a demanda desses papéis e aumenta o seu preço.
O principal "bradie" brasileiro,
o C- Bond, é o papel mais volátil
do mercado. É o primeiro a ser
vendido pelos investidores estrangeiros quando ocorrem crises
em países emergentes.
A operação de ontem retirou
US$ 1,1 bilhão em C- Bonds do
mercado, reduzindo seu volume
para US$ 7,1 bilhões.
Para se livrar do estigma dos
"bradies", a Argentina e o México
fizeram uma troca similar antes
do Brasil. Além de o país se livrar
da dívida antiga, a operação trouxe pelo menos três vantagens para
o Tesouro: reforço das reservas do
BC, redução da despesa com a dívida e alongamento de seu prazo
de vencimento.
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