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AÇÕES
Papel foi vendido por R$ 43,70, valor 24,65% menor do que o anunciado no início de julho; estrangeiros levaram 60%
Petrobras rende R$ 7,269 bi ao governo
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A venda das ações da Petrobras
que excedem o controle que a
União tem da empresa rendeu R$
7,269 bilhões para o governo. A
ação da empresa foi vendida por
R$ 43,70, valor 24,65% menor do
que o anunciado pelo governo no
início de julho.
A maior parte das ações, cerca
de 60%, foi vendida para investidores estrangeiros. O governo divulgou ainda que, do total arrecado, US$ 2,6 bilhões serão destinados para as reservas internacionais do país.
A privatização de 14,5% do capital da empresa foi fechada às
23h de quarta-feira. Com a venda,
a União passa a ter 55% do capital
da Petrobras.
O presidente do BNDES, Francisco Gros, disse que o preço de
R$ 58 por ação anunciado em julho serviu apenas como um teto
para o investidor menos experiente, como os cotistas do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço.
"Nós dissemos que eles poderiam comprar porque o preço da
ação não ficaria superior a R$ 58."
Gros reconheceu, porém, que o
preço da ação da empresa caiu
nos últimos dias. "Isso é normal,
muita gente fez caixa", explicou.
O presidente disse ainda que o
preço do petróleo caiu 11% entre 4
de julho e o dia da venda. "O preço das ações caiu 4% por esse motivo." A venda das ações aconteceu de forma pulverizada e o preço foi fixado em razão da procura,
duas vezes superior à oferta.
Gros informou que apenas R$
2,6 bilhões do total da venda serão
destinados ao caixa do Tesouro. O
restante, cerca de US$ 2,6 bilhões,
vai compor as reservas internacionais, melhorando o balanço de
pagamentos do país.
Embora os dólares das reservas
contribuam para a redução da dívida líquida, não reduzem os juros pagos pelo governo na dívida
interna.
Segundo Gros, 32,8% das ações
ficaram nas mãos de 335,34 mil
pessoas físicas brasileiras. Desse
total, os cotistas do FGTS compraram 25,6%, no valor de R$ 1,6
bilhão (a previsão inicial do governo era de R$ 3,1 bilhões). Os
investidores institucionais brasileiros foram 380 e compraram
7,2% das ações.
A venda de 40% das ações para
o mercado interno foi considerada um "fato extraordinário" pelo
governo. Outras vendas de grande porte citadas por Gros obtiveram apenas 10% de participação
no mercado interno.
Dos 60% adquiridos por investidores estrangeiros, cerca de 13
mil são pessoas físicas no exterior,
que compraram 8,2% das ações.
O restante ficou com 265 grandes
investidores estrangeiros.
Gros disse que a venda pulverizada das ações da Petrobras fortalecerá o mercado de capitais brasileiro. "A própria Petrobras passará a ser mais líquida no mercado, o que facilita a captação de recursos no exterior".
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