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TRANSPORTES
Malha estaria com 700 mil dormentes podres
Ferrovia que liga Corumbá a Bauru está em desativação, diz sindicato
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A ferrovia de 1.600 quilômetros
que liga Corumbá (MS) a Bauru
(SP) passa por um processo de
desativação, segundo o Sindicato
dos Ferroviários de Bauru e Mato
Grosso do Sul. Um ramal de 304
quilômetros entre Campo Grande
e Ponta Porã (na fronteira com o
Paraguai) já foi desativado, segundo o sindicato, em novembro
do ano passado.
A Brasil Ferrovias, empresa privada que administra a malha ferroviária, informou que não há
mais cargas para transportar no
ramal e, por isso, o trecho está fora de uso (leia texto nesta página).
Primeira a ser privatizada no
país, em março de 1996, a malha
ferroviária está incluída no Plano
de Revitalização das Ferrovias
lançado em maio pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto do governo define a ferrovia
como um dos cincos "principais
corredores de transporte" do país.
Pela ferrovia são transportados
minério de ferro extraído em Corumbá (426 km de Campo Grande), soja e, principalmente, combustível trazido de São Paulo.
Segundo estudo divulgado em
2001 pela Brasil Ferrovias, há pelo
menos "700 mil dormentes podres" ao longo da malha. Seriam
necessários, na época, investimentos de R$ 100 milhões.
A ANTT (Agência Nacional de
Transportes Terrestres) informa
que, desde o início da concessão,
em 1996, até dezembro de 2002, a
Brasil Ferrovias investiu R$ 49
milhões na malha.
No final de julho, a ANTT suspendeu, nos 1.600 quilômetros da
malha, o tráfego de trens carregados com combustível durante a
noite. A medida foi tomada devido às precárias condições em toda
a extensão da ferrovia.
Segundo o Ministério dos
Transportes, a Brasil Ferrovias fechou em junho um acordo com o
governo de Mato Grosso do Sul e
vai propor à ANTT a devolução,
para a União, de um trecho de 350
quilômetros entre Campo Grande
e Corumbá.
A União e o Estado vão receber
esse trecho e investir, respectivamente, R$ 141 milhões e R$ 22 milhões na recuperação da ferrovia
até 2006, segundo o ministério.
A assessoria do governo estima
em R$ 240 milhões o custo do
projeto, sem informar quanto caberá à União e quanto ao Estado.
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