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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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TRANSPORTES

Malha estaria com 700 mil dormentes podres

Ferrovia que liga Corumbá a Bauru está em desativação, diz sindicato

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A ferrovia de 1.600 quilômetros que liga Corumbá (MS) a Bauru (SP) passa por um processo de desativação, segundo o Sindicato dos Ferroviários de Bauru e Mato Grosso do Sul. Um ramal de 304 quilômetros entre Campo Grande e Ponta Porã (na fronteira com o Paraguai) já foi desativado, segundo o sindicato, em novembro do ano passado.
A Brasil Ferrovias, empresa privada que administra a malha ferroviária, informou que não há mais cargas para transportar no ramal e, por isso, o trecho está fora de uso (leia texto nesta página).
Primeira a ser privatizada no país, em março de 1996, a malha ferroviária está incluída no Plano de Revitalização das Ferrovias lançado em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto do governo define a ferrovia como um dos cincos "principais corredores de transporte" do país.
Pela ferrovia são transportados minério de ferro extraído em Corumbá (426 km de Campo Grande), soja e, principalmente, combustível trazido de São Paulo.
Segundo estudo divulgado em 2001 pela Brasil Ferrovias, há pelo menos "700 mil dormentes podres" ao longo da malha. Seriam necessários, na época, investimentos de R$ 100 milhões.
A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) informa que, desde o início da concessão, em 1996, até dezembro de 2002, a Brasil Ferrovias investiu R$ 49 milhões na malha.
No final de julho, a ANTT suspendeu, nos 1.600 quilômetros da malha, o tráfego de trens carregados com combustível durante a noite. A medida foi tomada devido às precárias condições em toda a extensão da ferrovia.
Segundo o Ministério dos Transportes, a Brasil Ferrovias fechou em junho um acordo com o governo de Mato Grosso do Sul e vai propor à ANTT a devolução, para a União, de um trecho de 350 quilômetros entre Campo Grande e Corumbá.
A União e o Estado vão receber esse trecho e investir, respectivamente, R$ 141 milhões e R$ 22 milhões na recuperação da ferrovia até 2006, segundo o ministério.
A assessoria do governo estima em R$ 240 milhões o custo do projeto, sem informar quanto caberá à União e quanto ao Estado.

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