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Fiat anuncia investimento de € 2 bi na América Latina
Presidente mundial do grupo diz que "mais da metade" do valor deve ir para o Brasil
Injeção de recursos tem como meta atingir a produção de 1 milhão de veículos da montadora italiana na região em 2010
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
O presidente mundial da
Fiat, Sergio Marchionne, disse
ontem em Buenos Aires que o
grupo pretende investir 2 bilhões (R$ 5,25 bilhões) na
América Latina entre 2008 e
2010. Marchionne afirmou que
ainda não está estabelecido o
quanto dessa quantia será gasto no Brasil, mas assegurou que
será "mais da metade".
O investimento terá como
meta a produção de 1 milhão de
veículos da Fiat na região em
2010 -atualmente, são 700 mil
unidades anuais-, incluindo
novos produtos. Com isso, o
grupo espera ascender a 15%
do mercado latino-americano,
contra os 13% atuais.
O investimento de pelo menos 1 bilhão (R$ 2,6 bilhões)
no Brasil é o maior anunciado
até agora por uma montadora
para os próximos anos. A GM
vai investir US$ 1 bilhão (R$ 1,9
bilhão) em 2009 e 2010, enquanto a Ford gastará R$ 2,2
bilhões entre 2007 e 2011.
A Fiat é líder no mercado de
automóveis brasileiros. Nos
primeiros sete meses deste
ano, foi responsável por 25,9%
das vendas do setor.
Marchionne não precisou se
o plano de investimentos inclui
a construção de uma nova fábrica. Caberá ao presidente da
Fiat América Latina, o brasileiro Cledorvino Belini, decidir
como será investido o dinheiro
da matriz.
Belini disse ontem que os detalhes de como serão repartidos os investimentos "serão
vistos nos próximos meses,
quando nos sentaremos para
elaborar os planos". Atualmente, a Fiat possui duas fábricas
na América Latina: uma no
Brasil e outra em Córdoba, na
Argentina, que não fabrica carros desde 2002, mas que no início de 2008 voltará a produzir
veículos do modelo Siena.
Também presente na coletiva à imprensa, o diretor-geral
da Fiat Argentina, Franco Ciranni, tinha dito antes da chegada de Marchionne que a empresa não tem planos de construir uma nova fábrica nos próximos anos.
Os R$ 5,2 bilhões a serem investidos na América Latina até
2010 representam um aumento de 160% em relação aos R$ 2
bilhões do triênio 2005-2007.
Marchionne ressaltou a importância da operação latino-americana para o reerguimento da
Fiat, que enfrentava a maior
crise de sua história quando ele
assumiu em 2004 e que no trimestre passado teve um resultado operacional de 946 milhões, o maior da história da
montadora em um trimestre.
"A América Latina deu uma
grandíssima contribuição. Pelo
nosso planejamento, o percentual dessa contribuição vai diminuir nos próximos anos com
o nosso crescimento projetado
na Europa [o grupo pretende
passar de 8,5% para 11% de participação de mercado no continente], o que não torna a América Latina menos importante", afirmou Marchionne.
Os 2 bilhões que serão destinados à América Latina representam 11,8% do total que a
empresa pretende investir até
2010 - 17 bilhões.
O presidente mundial da Fiat
esteve em Buenos Aires para o
lançamento latino-americano
do Fiat Punto, carro que será
produzido na fábrica da empresa em Betim (MG) e exportado para a América Latina.
O carro começa a ser vendido
no Brasil no próximo dia 15 e
custará a partir de R$ 37.900.
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