São Paulo, sábado, 11 de setembro de 2004

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Mais surpresas
O Usda surpreendeu mais uma vez ao divulgar ontem os dados da produção de soja, segundo Fernando Muraro, da Agência Rural, de Curitiba. Enquanto o mercado previa safra acima do que havia sido estimado em agosto, o Usda reduziu a estimativa deste mês para 77,2 milhões de toneladas.

Verão frio
Muraro diz que um dos motivos que fizeram o Usda reavaliar as projeções de soja é a ocorrência de um verão frio nos principais Estados produtores da oleaginosa. Houve quebra na produtividade nos principais produtores do chamado Meio-Oeste norte-americano. O rendimento médio nacional, agora, é estimado em 43,2 sacas por hectare, contra 43,8 na estimativa de agosto.

Desigualdades
Muraro destaca que os dados de setembro do Usda mostram grande diversificação da produtividade. Indiana e Nebraska serão os líderes de produção (50,4 sacas por hectare), seguidos de Illinois (49,3 sacas). Já os Estados de Dakota do Norte (29,1 sacas) e Michigan (34,7 sacas) terão as menores produções.

Supersafra
Mesmo com a queda nos Estados Unidos, a soja terá uma supersafra neste período de 2004/5. O Usda manteve 66 milhões de toneladas para o Brasil e 39 milhões para a Argentina. A China, o principal importador mundial, produzirá 17,5 milhões de toneladas. A produção mundial total será de 223 milhões de toneladas.

Preços
A Bolsa de Chicago fechou com forte baixa ontem. O primeiro contrato teve queda de 3,1%, recuando para 563 centavos de dólar por bushel (27,2 quilos).

À espera de novembro
Os produtores de milho esperam a recuperação dos preços do produto a partir de novembro, quando as granjas começam o alojamento de aves que serão abatidas para as festas do final de ano. Os produtores dizem que, no momento, as indústrias e as granjas não formam estoques e compram apenas o necessário para o curto prazo.

À espera de outubro
Os produtores de café esperam a melhora dos preços a partir do próximo mês. Reinaldo Caetano, presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (MG), diz que os produtores estão armazenando o produto, apesar dos custos dessa operação, à espera de melhores preços.

Produto bom
Caetano diz que os produtores da região de Araguari têm uma vantagem. Houve apenas um dia de chuva durante a colheita, o que garantiu produto de boa qualidade para a região. "Esse café terá boa procura", acrescenta.

Pacto do café
As principais empresas importadoras mundiais de café fizeram um pacto ontem de "apertar o cerco aos países que utilizam crianças ou trabalho escravo na produção do café". Estão incluídos na lista também os países que utilizam pesticidas prejudiciais à saúde.

Oferta menor
Os preços do feijão ensaiam uma recuperação. Ontem, os preços do produto subiram 4,6% no atacado paulista, segundo o Instituto de Economia Agrícola. No campo, a alta foi de 3,3%, conforme pesquisa da Folha.

E-mail:
mzafalon@folhasp.com.br


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