São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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Rublo sobe 21,5% e volta a nível do dia 2

das agências internacionais

Pelo segundo dia consecutivo, o rublo, moeda russa, se recuperou fortemente ontem em relação ao dólar, invertendo a tendência de queda das últimas três semanas e voltando a uma cotação semelhante à do início do mês.
A indicação do atual chanceler russo, Ievguêni Primakov, para o cargo de primeiro-ministro, no lugar de Viktor Tchernomirdin, colaborou com a alta, atribuída principalmente à procura por rublos que se iniciou anteontem.
A moeda russa foi cotado oficialmente no fechamento a 12,375 por dólar, contra os 15,772 da véspera, uma alta de 21,5%. A moeda não atingia esse patamar desde o dia 2, quando estava em 12,82 por dólar.
No mercado interbancário, que serve de base para a cotação oficial, a moeda chegou a ser vendida a 10 por dólar, que significou uma valorização de 100% em apenas dois dias. Na terça-feira, a cotação oficial superou os 20 por dólar.
Ao final da sessão, a venda era realizada por valores entre 13 e 14 por dólar. O volume de negócios foi considerado baixo, razão pela qual os operadores desconfiam da continuidade dessa tendência.
O rublo vem despencando desde 17 de agosto, data da mudança cambial que desvalorizou a moeda. A queda acelerou-se há duas semanas, quando o banco central parou de defender a divisa.
Com isso, a perda de reservas se desacelerou. Entre 28 de agosto e 4 de setembro, caíram de US$ 12,7 bilhões para US$ 12,3 bilhões. Na semana anterior, haviam se reduzido em US$ 1 bilhão.
A Bolsa de Moscou também se recuperou ontem, com esperanças de que a indicação do neocomunista Primakov encerre a tensão política entre o governo e o Parlamento, que recusou a indicação de Tchernomirdin. O índice RTS subiu 7,5%, com um volume de negócios baixo, mas superior aos últimos dias, de US$ 2 milhões.

Fracasso
O economista norte-americano Jeffrey Sachs disse ontem que o FMI (Fundo Monetário Internacional) "fracassou totalmente" na Rússia, favorecendo o agravamento da crise. Sachs, que tem criticado a ação do Fundo, pediu a renúncia de seu diretor-gerente, Michel Camdessus.



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