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LEÃO GULOSO
Aumento real foi de 27,9% em setembro
Impostos atrasados dão à Receita 3ª maior arrecadação da história
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação da Receita Federal alcançou R$ 22,820 bilhões em
setembro, o que significa recorde
histórico para o mês. Em relação a
setembro do ano passado, o aumento real na receita de impostos
e contribuições foi de 27,9%.
O resultado de setembro foi o
segundo melhor do ano -só perdeu para a arrecadação de janeiro- e o terceiro melhor na história da Receita. Na comparação
com agosto deste ano, houve aumento de 18,8%.
O principal motivo para o aumento na arrecadação em setembro foi o pagamento de R$ 3,546
bilhões em impostos atrasados de
empresas e fundos de pensão. Em
agosto, o governo editou medida
provisória que concede anistia de
juros e multa no recolhimento de
débitos.
No ano, o volume de impostos e
contribuições arrecadados já chega a R$ 188,489 bilhões. Em relação ao período janeiro-setembro
de 2001, só as receitas administradas cresceram R$ 21,7 bilhões.
Contribui para esse acréscimo o
pagamento de Imposto de Renda
atrasado pelos fundos de pensão.
Desde o início do ano, essas entidades já recolheram ao fisco R$
9,5 bilhões.
A maior parte dos recursos começou a entrar no caixa do governo no início do ano. No final de
2001, foi editada uma MP voltada
para os fundos de pensão que
concede anistia de multa e juros
no pagamento de IR atrasado e
estabelece regras especiais para o
recolhimento a partir deste ano.
Todos os grandes fundos -exceto a Previ, dos funcionários do
Banco do Brasil- aderiram à
medida provisória na época. Em
setembro, no entanto, a Previ acabou pagando R$ 1,780 bilhão em
IR atrasado.
Aplicações no exterior
Ao detalhar o desempenho da
arrecadação em setembro, o secretário-adjunto da Receita Ricardo Pinheiro explicou que houve um pagamento expressivo de
Imposto de Renda retido na fonte
incidente sobre resgates de aplicações financeiras de pessoas residentes no exterior.
O recolhimento foi de R$ 354
milhões e, segundo a Receita, foi o
único nessa dimensão realizado
neste ano. Esse número pode indicar que entre agosto e setembro
houve fuga de capital estrangeiro
do país.
Em setembro, também foi registrada uma receita atípica de IRPJ
(Imposto de Renda de Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), que
somou R$ 550 milhões.
Pinheiro disse que empresas estatais obtiveram lucros com a redução do câmbio entre julho e
agosto. "Como houve aumento
do lucro, houve aumento da incidência de imposto", disse.
Na comparação com setembro
de 2001, a receita dos impostos e
contribuições também foi maior
porque o governo passou a arrecadar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). No mês, foram recolhidos R$
631,6 milhões. No ano, a receita da
contribuição é de R$ 5,4 bilhões.
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