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Asiáticos ampliam presença no exterior
DE PEQUIM
Campeões no recebimento de
investimentos estrangeiros diretos (IEDs), os países em desenvolvimento da Ásia respondem por
uma quantia cada vez maior do
dinheiro aplicado no exterior e
podem estar desenhando uma
"nova geografia" nos fluxos de investimentos, segundo o último relatório sobre o tema apresentado
pela Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e
Desenvolvimento).
O documento, divulgado em setembro, ressalta que os IEDs realizados por países em desenvolvimento da Ásia (excluído o Japão)
tiveram valor anual médio de US$
37 bilhões nos últimos três anos,
quantia comparável ao IED realizado a cada ano por todos os países do mundo na primeira metade dos anos 80. Esse volume coloca a região asiática como a principal fonte de IED entre os países
em desenvolvimento.
James Zhan, economista sênior
da Unctad, afirma que ainda é cedo para saber se essa "nova geografia" vai se consolidar. Mas os
dados apontam nessa direção.
Apesar do crescimento, os IEDs
feitos por países em desenvolvimento representam em média
apenas 10% do total. A boa notícia
para o Brasil é que a maior parte
desses recursos vai para outros
países em desenvolvimento.
O problema é que, até agora, os
IEDs de países asiáticos em desenvolvimento ficam concentrados na Ásia. Segundo o diplomata
Paulo Antônio Pereira Pinto, diretor do escritório comercial do
Brasil em Taiwan, empresários
brasileiros devem trabalhar com
o conceito de "Grande China" em
sua relação com os países da região: a crescente integração entre
China, Taiwan e Hong Kong impede que se considere separadamente essas economias.
Brasil
O governo brasileiro pediu ajuda à Unctad para definir que tipo
de mudanças são necessárias para
tornar a legislação brasileira mais
favorável à atração de investimentos externos.
A análise começou no início do
ano e deverá estar concluída até o
começo de 2005. "Nós estamos
ajudando o governo a revisar a
política de investimentos", disse à
Folha o economista James Zhan,
da Unctad.
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