São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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Asiáticos ampliam presença no exterior

DE PEQUIM

Campeões no recebimento de investimentos estrangeiros diretos (IEDs), os países em desenvolvimento da Ásia respondem por uma quantia cada vez maior do dinheiro aplicado no exterior e podem estar desenhando uma "nova geografia" nos fluxos de investimentos, segundo o último relatório sobre o tema apresentado pela Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento).
O documento, divulgado em setembro, ressalta que os IEDs realizados por países em desenvolvimento da Ásia (excluído o Japão) tiveram valor anual médio de US$ 37 bilhões nos últimos três anos, quantia comparável ao IED realizado a cada ano por todos os países do mundo na primeira metade dos anos 80. Esse volume coloca a região asiática como a principal fonte de IED entre os países em desenvolvimento.
James Zhan, economista sênior da Unctad, afirma que ainda é cedo para saber se essa "nova geografia" vai se consolidar. Mas os dados apontam nessa direção.
Apesar do crescimento, os IEDs feitos por países em desenvolvimento representam em média apenas 10% do total. A boa notícia para o Brasil é que a maior parte desses recursos vai para outros países em desenvolvimento.
O problema é que, até agora, os IEDs de países asiáticos em desenvolvimento ficam concentrados na Ásia. Segundo o diplomata Paulo Antônio Pereira Pinto, diretor do escritório comercial do Brasil em Taiwan, empresários brasileiros devem trabalhar com o conceito de "Grande China" em sua relação com os países da região: a crescente integração entre China, Taiwan e Hong Kong impede que se considere separadamente essas economias.

Brasil
O governo brasileiro pediu ajuda à Unctad para definir que tipo de mudanças são necessárias para tornar a legislação brasileira mais favorável à atração de investimentos externos.
A análise começou no início do ano e deverá estar concluída até o começo de 2005. "Nós estamos ajudando o governo a revisar a política de investimentos", disse à Folha o economista James Zhan, da Unctad.

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