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Concessionária admite revisar tarifas no PR
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O diretor regional da ABCR
(Associação Brasileira de Concessão de Rodovias) no Paraná,
João Chiminazzo Neto, disse
que há possibilidade de revisão
para baixo de tarifas de pedágio
cobradas pelas seis concessionárias de rodovias federais no
Estado há dez anos. É o primeiro reflexo do deságio com que a
OHL arrematou as concessões
de pedágio nos dois principais
corredores do Sul do país, no
leilão de terça.
Uma das possibilidades, diz
ele, "é a revisão da modelagem
da cobrança", como instalar
mais praças e cobrar tarifas
menores, e estender as concessões para além de 20 anos.
O governo de Roberto Requião (PMDB) trava um embate com as seis concessionárias
desde 2003, quando ele assumiu. O conflito acumula processos nos tribunais. Requião
perdeu a maior parte por quebra unilateral dos contratos.
O centro da queixa do governador é o valor. Ele se elegeu
prometendo cortar a taxa em
40% ou acabar com o pedágio.
O usuário de carro no trecho
da BR-277 de Curitiba a Paranaguá (90 km) paga à Ecovia
R$ 10,90. Para viajar de Curitiba a Florianópolis pelas BRs
376 e 101, vai pagar à OHL
R$ 5,14 e percorrerá 300 km. Se
a viagem for de São Paulo a Curitiba pela Régis Bittencourt
(BR-116), pagará R$ 8,16 em
trecho de 402 km.
Chiminazzo diz que o fluxo
de veículos na Régis Bittencourt é cinco vezes superior ao
da rodovia que liga Curitiba ao
litoral do Estado e que o movimento vai compensar a tarifa
baixa da OHL. "Só 12 mil veículos ao dia pagam pedágio à Ecovia, mas o tráfego nos 177 km da
concessão é de 55 mil veículos."
O diretor disse que as concessionárias não se negaram a negociar e que os acordos não saíram porque o governo quis impor seu ponto de vista, fazendo
uso eleitoral do pedágio.
O secretário dos Transportes
do PR, Rogério Tizzot, disse
que o governo não negociará
com a ABCR e os valores do leilão de anteontem "servirão para acelerar a discussão [dos
processos] e sensibilizar os tribunais de que o governo estava
certo sobre o preço abusivo das
tarifas cobradas no Estado".
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