São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

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Concessionária admite revisar tarifas no PR

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O diretor regional da ABCR (Associação Brasileira de Concessão de Rodovias) no Paraná, João Chiminazzo Neto, disse que há possibilidade de revisão para baixo de tarifas de pedágio cobradas pelas seis concessionárias de rodovias federais no Estado há dez anos. É o primeiro reflexo do deságio com que a OHL arrematou as concessões de pedágio nos dois principais corredores do Sul do país, no leilão de terça.
Uma das possibilidades, diz ele, "é a revisão da modelagem da cobrança", como instalar mais praças e cobrar tarifas menores, e estender as concessões para além de 20 anos.
O governo de Roberto Requião (PMDB) trava um embate com as seis concessionárias desde 2003, quando ele assumiu. O conflito acumula processos nos tribunais. Requião perdeu a maior parte por quebra unilateral dos contratos.
O centro da queixa do governador é o valor. Ele se elegeu prometendo cortar a taxa em 40% ou acabar com o pedágio.
O usuário de carro no trecho da BR-277 de Curitiba a Paranaguá (90 km) paga à Ecovia R$ 10,90. Para viajar de Curitiba a Florianópolis pelas BRs 376 e 101, vai pagar à OHL R$ 5,14 e percorrerá 300 km. Se a viagem for de São Paulo a Curitiba pela Régis Bittencourt (BR-116), pagará R$ 8,16 em trecho de 402 km.
Chiminazzo diz que o fluxo de veículos na Régis Bittencourt é cinco vezes superior ao da rodovia que liga Curitiba ao litoral do Estado e que o movimento vai compensar a tarifa baixa da OHL. "Só 12 mil veículos ao dia pagam pedágio à Ecovia, mas o tráfego nos 177 km da concessão é de 55 mil veículos."
O diretor disse que as concessionárias não se negaram a negociar e que os acordos não saíram porque o governo quis impor seu ponto de vista, fazendo uso eleitoral do pedágio.
O secretário dos Transportes do PR, Rogério Tizzot, disse que o governo não negociará com a ABCR e os valores do leilão de anteontem "servirão para acelerar a discussão [dos processos] e sensibilizar os tribunais de que o governo estava certo sobre o preço abusivo das tarifas cobradas no Estado".


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