São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

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EM TRANSE

Para Eleazar de Carvalho, clima positivo incentivará investimento em 2003

País pode crescer até 4%, diz BNDES

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

Depois de dois anos de baixa expansão, o Brasil poderá crescer até 4% em 2003, segundo previsão de Eleazar de Carvalho, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). "Não é nenhum absurdo falar em crescimento de 4% para o ano que vem", afirma.
O país, segundo Eleazar de Carvalho, vive hoje um clima bastante positivo, que deverá incentivar os empresários a desengavetar projetos de investimentos, a partir do início do ano. "Há uma vontade muito grande das pessoas em querer que o país dê certo", diz.
Para o presidente do BNDES, o comportamento da economia dependerá essencialmente da execução dos projetos defendidos no programa do novo governo.
Eleazar de Carvalho elogiou o coordenador da equipe de transição, Antônio Palocci Filho. Segundo ele, todas as declarações dadas até agora por Palocci têm sido bem recebidas pelos empresários. "O que interessa saber agora é a forma como os planos vão se transformar em realidade."
Para o presidente do BNDES, os empresários vão esperar para ver na prática quais serão de fato as políticas a serem executadas para iniciarem uma nova fase de investimentos. A desvalorização inesperada do real neste ano, apesar de todos os problemas que gerou para as empresas, deverá levar a uma nova fase de investimentos, na opinião de Carvalho.
Com o dólar caro, o Brasil foi forçado a promover, mesmo que sem planejamento, um processo de substituição de importações. Para driblar o encarecimento dos produtos vindos de fora, as empresas passaram a se abastecer no próprio país. "As empresas mostraram muita flexibilidade." Para esse processo se consolidar, as empresas terão que investir. Caso contrário, terão dificuldades de atender à demanda.
Outro fator que Eleazar de Carvalho considera importante para a recuperação é o fato de o Brasil ter reduzido a chamada vulnerabilidade externa com o superávit da balança comercial, que fechará 2002 acima de US$ 10 bilhões. "Francamente, o problema externo não existe mais."
O presidente do BNDES diz, no entanto, que um crescimento da economia de 4% em 2003 dependerá da normalização do crédito externo. Mesmo que ainda seja lenta a volta dos empréstimos, Eleazar de Carvalho acha que a economia, no ano que vem, poderá crescer no mínimo 3%.

Klabin
Sobre a decisão de o BNDES participar com 40% na emissão de debêntures da Klabin, Eleazar de Carvalho diz que se trata de uma operação na qual outros bancos também entrarão, como Bradesco, Unibanco e Itaú. De acordo com o que a Folha apurou, a operação de emissão de debêntures da Klabin deve ser superior a R$ 1 bilhão, e o BNDES deverá entrar com R$ 450 milhões.
Eleazar de Carvalho afirma que, nos últimos meses, o BNDES tem procurado participar, cada vez mais, dos conselhos de administração das empresas das quais é sócio. Desde julho, por exemplo, Eduardo Gentil, diretor do banco, passou a fazer parte do conselho de administração da Klabin.



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