São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FOLHAINVEST

MERCADO FINANCEIRO

Com exportadoras, índice caiu só 5% neste ano, enquanto o mais tradicional da Bolsa recuou 27,3%

IBX perde menos e pode roubar preferência do Ibovespa

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ano não tem sido bom para quem investe em ações. Para alguns, no entanto, o prejuízo no mercado acionário até o momento foi menor. Apesar de ainda não ter saído do vermelho, o IBX é o índice da Bolsa com melhor resultado no ano.
Sempre à sombra do Ibovespa, o IBX (Índice Brasil) começa a chamar a atenção dos investidores. Enquanto o Ibovespa -principal índice da Bolsa paulista- registra perdas de 27,3% neste ano, o IBX acumulava baixa de apenas 5% até o pregão de sexta.
Dentre os fundos de ações, os que seguem a oscilação do IBX ainda representam uma parcela pequena -aproximadamente 7,5% do patrimônio líquido total.
Atualmente, o IBX é composto por cem ações. Já o Ibovespa acompanha a variação de preços de 56 papéis.
"O problema atual do IBX é ter ações demais. Alguns papéis têm um valor de mercado muito pequeno", diz Ricardo Schneider, gestor de renda variável do ABN Amro Asset Management.
Em janeiro, a Bovespa vai lançar um novo IBX, composto por 50 ações. A expectativa de analistas do mercado é que esse novo IBX assuma no médio prazo o espaço ocupado hoje pelo Ibovespa.
A metodologia de cálculo do IBX agrada mais ao mercado do que a usada para definir o peso das ações no Ibovespa. O principal ponto negativo do IBX seria o número alto de ações que o compõem.
No IBX, entram os papéis mais negociados na Bolsa paulista, ponderados pelo valor de mercado da empresa. Já o Ibovespa reflete principalmente a liquidez dos papéis, independentemente do tamanho da companhia.

Em alta
O melhor desempenho apresentado pelo IBX neste ano reflete o peso maior que ações com resultado positivo nos últimos meses têm no índice. Papéis de exportadoras, por exemplo, têm um peso muito maior no IBX que no Ibovespa. As empresas exportadoras registram forte valorização acumulada no ano, embaladas pela escalada do dólar, que favorece suas vendas -e consequentemente seus resultados.
No Ibovespa, o setor que tem maior peso é o de telecomunicações. E 2002 não tem sido um bom ano para as teles. Entre as ações com maiores desvalorizações na semana passada na Bolsa, por exemplo, ficaram as preferenciais da Brasil Telecom (-11,9%) e as ordinárias da Embratel Participações (-11,6%).
Outros índices da Bolsa também apresentam, como o Ibovespa, péssimo desempenho no ano.
O resultado dos índices setoriais da Bovespa não são nada animadores: o IEE (Índice de Energia Elétrica, composto por 11 papéis do setor) tem desvalorização de 35,8% no ano, e o Itel (formado por 28 ações de teles) acumula perdas de 26,3% no ano.

Próximos passos
"Estamos atentos ao novo IBX que a Bovespa vai lançar. Fundos que acompanhem esse novo índice podem ser uma boa opção de investimento no próximo ano", afirma Schneider.
A criação do novo IBX foi decidida após várias consultas feitas por técnicos da Bovespa a instituições financeiras e corretoras. A intenção é lançar depois um índice futuro do IBX 50, que seria negociado na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Nos últimos anos, o resultado registrado pelo IBX foi um pouco superior ao do Ibovespa. Em 2001, por exemplo, o Ibovespa acumulou desvalorização de 11%, e o IBX fechou o período praticamente estável, com pequena baixa de 0,9%.



Texto Anterior: Frases

Próximo Texto: Dólar valoriza empresas exportadoras
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.