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FOLHAINVEST
MERCADO FINANCEIRO
Com exportadoras, índice caiu só 5% neste ano, enquanto o mais tradicional da Bolsa recuou 27,3%
IBX perde menos e pode roubar preferência do Ibovespa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano não tem sido bom para
quem investe em ações. Para alguns, no entanto, o prejuízo no
mercado acionário até o momento foi menor. Apesar de ainda não
ter saído do vermelho, o IBX é o
índice da Bolsa com melhor resultado no ano.
Sempre à sombra do Ibovespa,
o IBX (Índice Brasil) começa a
chamar a atenção dos investidores. Enquanto o Ibovespa -principal índice da Bolsa paulista-
registra perdas de 27,3% neste
ano, o IBX acumulava baixa de
apenas 5% até o pregão de sexta.
Dentre os fundos de ações, os
que seguem a oscilação do IBX
ainda representam uma parcela
pequena -aproximadamente
7,5% do patrimônio líquido total.
Atualmente, o IBX é composto
por cem ações. Já o Ibovespa
acompanha a variação de preços
de 56 papéis.
"O problema atual do IBX é ter
ações demais. Alguns papéis têm
um valor de mercado muito pequeno", diz Ricardo Schneider,
gestor de renda variável do ABN
Amro Asset Management.
Em janeiro, a Bovespa vai lançar
um novo IBX, composto por 50
ações. A expectativa de analistas
do mercado é que esse novo IBX
assuma no médio prazo o espaço
ocupado hoje pelo Ibovespa.
A metodologia de cálculo do
IBX agrada mais ao mercado do
que a usada para definir o peso
das ações no Ibovespa. O principal ponto negativo do IBX seria o
número alto de ações que o compõem.
No IBX, entram os papéis mais
negociados na Bolsa paulista,
ponderados pelo valor de mercado da empresa. Já o Ibovespa reflete principalmente a liquidez
dos papéis, independentemente
do tamanho da companhia.
Em alta
O melhor desempenho apresentado pelo IBX neste ano reflete o
peso maior que ações com resultado positivo nos últimos meses
têm no índice. Papéis de exportadoras, por exemplo, têm um peso
muito maior no IBX que no Ibovespa. As empresas exportadoras
registram forte valorização acumulada no ano, embaladas pela
escalada do dólar, que favorece
suas vendas -e consequentemente seus resultados.
No Ibovespa, o setor que tem
maior peso é o de telecomunicações. E 2002 não tem sido um
bom ano para as teles. Entre as
ações com maiores desvalorizações na semana passada na Bolsa,
por exemplo, ficaram as preferenciais da Brasil Telecom (-11,9%) e
as ordinárias da Embratel Participações (-11,6%).
Outros índices da Bolsa também apresentam, como o Ibovespa, péssimo desempenho no ano.
O resultado dos índices setoriais
da Bovespa não são nada animadores: o IEE (Índice de Energia
Elétrica, composto por 11 papéis
do setor) tem desvalorização de
35,8% no ano, e o Itel (formado
por 28 ações de teles) acumula
perdas de 26,3% no ano.
Próximos passos
"Estamos atentos ao novo IBX
que a Bovespa vai lançar. Fundos
que acompanhem esse novo índice podem ser uma boa opção de
investimento no próximo ano",
afirma Schneider.
A criação do novo IBX foi decidida após várias consultas feitas
por técnicos da Bovespa a instituições financeiras e corretoras. A
intenção é lançar depois um índice futuro do IBX 50, que seria negociado na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Nos últimos anos, o resultado
registrado pelo IBX foi um pouco
superior ao do Ibovespa. Em 2001,
por exemplo, o Ibovespa acumulou desvalorização de 11%, e o IBX
fechou o período praticamente
estável, com pequena baixa de
0,9%.
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