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CEF deve ter participação
minoritária em construtora
Empresas preferem empréstimo à compra de ação
LEANDRA PERES
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O CMN (Conselho Monetário Nacional) será o responsável por definir o percentual máximo que a CaixaPar, empresa criada por meio da MP 443, poderá comprar em construtoras
com dificuldades de caixa. A
idéia é que a Caixa Econômica
Federal tenha participações
apenas minoritárias, mas a
proibição não deverá ser incluída no texto da MP que está na
pauta para ser votada hoje.
As negociações entre o Ministério da Fazenda e o relator
da MP, deputado João Paulo
Cunha (PT-SP), para viabilizar
a aprovação da medida não incluem a exigência de venda dos
ativos que foram comprados,
sejam participações em empresas ou bancos. O prazo para que
BB e Caixa saiam às compras
deve se encerrar em 2010, com
a possibilidade de prorrogação
por mais dois anos.
Segundo João Paulo, a medida provisória nunca teve a intenção de "liberar" a Caixa para
comprar partes majoritárias
das construtoras e por isso a regulamentação para evitar que
isso aconteça deve ser feita pelo
CMN. A votação da MP 443 está prevista para começar hoje e
ser concluída amanhã.
A aquisição de ações da construção civil foi uma estratégia
montada pelo governo para
melhorar a situação de caixa
das empresas do setor que estão com dificuldades de tomar
empréstimos por causa da crise
financeira internacional. A medida, no entanto, foi criticada
pelas empresas que dizem precisar de recursos de empréstimos e não de compra de ações.
A venda dos bancos e empresas que forem comprados pelas
instituições estatais não terá
prazo para ser feita para evitar
prejuízos. O governo avalia que
se houver qualquer limitação
desse tipo, os compradores vão
esperar pelo prazo final de venda e oferecer preços muito baixos. Além disso, no caso dos
bancos, Caixa e BB podem fazer
uma operação definitiva. O prazo a ser incluído pelo relator na
MP, que deve ficar em torno de
dois anos, diz respeito apenas a
aquisições feitas por BB e CEF.
O trabalho de convencimento dos deputados para a aprovação da MP incluiu também a
distribuição de uma espécie de
memorial sobre a medida. O
documento elaborado pelo Ministério da Fazenda diz que a
MP tem o objetivo de "impedir
a ocorrência de comportamentos oportunista por parte de
instituições financeiras [...]
que, capitalizadas, poderiam
vislumbrar a oportunidade de
adquirir, a preços artificialmente baixos, instituições ou
empresas com boas perspectivas de médio e longo prazo".
O governo também cita prejuízos à economia que seriam
causados por "demissões e reduções no nível de investimento" de um setor estratégico, como a construção civil.
A oposição não deve dificultar a votação da medida. "O fato
é que a crise é muito forte e precisamos agir, por isso queremos colaborar. Queremos
transformações [na MP], mas
não estamos com nenhuma intenção de obstruir", disse o líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP).
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