São Paulo, terça-feira, 11 de dezembro de 2001

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FHC cita Tolstói e Marx na globalização

DA SUCURSAL DO RIO
Em um discurso no qual destacou a importância das diferenças regionais no processo de globalização, o presidente Fernando Henrique Cardoso citou trechos do escritor russo Leon Tolstói (1828-1910) e afirmou que o cientista social alemão Karl Marx (1818-1883) previu, mais de 150 anos antes, a globalização.
FHC afirmou que "não há dúvida" que o processo de globalização envolve "uma certa homogeneização das forças produtivas". Mas, para ele, isso não significa que as diferenças não devam ser levadas em conta.

Ana Karenina
Para embasar sua idéia, FHC disse que "os bons escritores, os que melhor conheceram a alma humana, sempre souberam disso: mais vale aprofundar-se na descrição de uma experiência individual específica, e nela encontrar a universalidade, do que perder-se em alegorias, em personagens que não têm substância."
"Tolstói, que sabia disso, começou o romance "Ana Karenina" dizendo que todas as famílias felizes são felizes da mesma maneira, mas cada família infeliz vive sua tristeza de forma única e inconfundível. Começou dizendo isso e, aprofundando-se na vivência específica daquela tragédia, escreveu um romance verdadeiramente universal."
Para fechar esse trecho do discurso, o presidente lembrou Marx.
"Embora não o leia há algumas décadas, porque não tive mais tempo, basta reler as partes finais de "O Capital", de Marx, para verificar-se que essa antecipação do que seria o que os franceses chamam de mundialização estava ali descrita, de maneira brilhante, no século 19. Uma antevisão de que haveria expansão do modo de produção capitalista que seria avassaladora."


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