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FHC cita Tolstói e Marx na globalização
DA SUCURSAL DO RIO
Em um discurso no qual destacou a importância das diferenças
regionais no processo de globalização, o presidente Fernando
Henrique Cardoso citou trechos
do escritor russo Leon Tolstói
(1828-1910) e afirmou que o cientista social alemão Karl Marx
(1818-1883) previu, mais de 150
anos antes, a globalização.
FHC afirmou que "não há dúvida" que o processo de globalização envolve "uma certa homogeneização das forças produtivas".
Mas, para ele, isso não significa
que as diferenças não devam ser
levadas em conta.
Ana Karenina
Para embasar sua idéia, FHC
disse que "os bons escritores, os
que melhor conheceram a alma
humana, sempre souberam disso:
mais vale aprofundar-se na descrição de uma experiência individual específica, e nela encontrar a
universalidade, do que perder-se
em alegorias, em personagens
que não têm substância."
"Tolstói, que sabia disso, começou o romance "Ana Karenina" dizendo que todas as famílias felizes
são felizes da mesma maneira,
mas cada família infeliz vive sua
tristeza de forma única e inconfundível. Começou dizendo isso
e, aprofundando-se na vivência
específica daquela tragédia, escreveu um romance verdadeiramente universal."
Para fechar esse trecho do discurso, o presidente lembrou
Marx.
"Embora não o leia há algumas
décadas, porque não tive mais
tempo, basta reler as partes finais
de "O Capital", de Marx, para verificar-se que essa antecipação do
que seria o que os franceses chamam de mundialização estava ali
descrita, de maneira brilhante, no
século 19. Uma antevisão de que
haveria expansão do modo de
produção capitalista que seria
avassaladora."
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