São Paulo, terça-feira, 11 de dezembro de 2001

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AVIAÇÃO

Caso nenhuma de suas aeronaves faça um vôo comercial nesse período, empresa perderá as concessões recebidas do DAC

Sem voar, Transbrasil perde rotas em 20 dias

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Transbrasil tem apenas mais 20 dias para poder voltar às atividades. Caso nenhuma de suas aeronaves faça um vôo comercial no prazo, a companhia aérea perderá todas as concessões de rotas que recebeu do DAC (Departamento de Aviação Civil), inviabilizando a retomada de suas operações.
A Folha apurou que a legislação do DAC dá um prazo limite de 30 dias para que qualquer companhia aérea fique sem utilizar uma rota. Depois desse prazo, as concessões voltam para o órgão do governo, que as distribui conforme as demandas no setor.
Antes de paralisar suas operações na noite de 3 deste mês, a Transbrasil atendia 21 cidades do Brasil. Se perder as concessões, terá de solicitá-las novamente ao DAC. O problema é que já existe uma fila de reivindicações de rotas de companhias concorrentes como a Varig, Gol e Nacional.
Essas empresas estão de olho na possível herança que a Transbrasil pode deixar ao mercado. A rota mais cobiçada é Santos Dumont-Congonhas.
O Código Brasileiro de Aeronáutica determina ainda que após seis meses sem operar, uma companhia aérea perde sua autorização para efetuar qualquer vôo.
O problema da Transbrasil é que esse prazo pode ser "antecipado" porque a companhia não está usando as concessões que o DAC lhe concedeu.
A Transbrasil não quis comentar a situação crítica que tem enfrentado.
Desde a noite do dia 3 deste mês, a Transbrasil deixou de operar por não receber combustível da Shell, devido a dívidas que não foram pagas.
Ontem, o juiz Francisco de Barros, da 5ª Vara do Trabalho em Brasília, concedeu liminar ao Ministério Público para o bloqueio dos três Boeing 767-200 que pertencem à empresa aérea.
A decisão visa a garantia de bens que cubram a dívida trabalhista de R$ 25 milhões da empresa. As aeronaves podem voar, mas não serem vendidas.
Hoje, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, executivos da Transbrasil e líderes dos aeroviários se reúnem com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sergio Amaral, em busca da redução de impostos incidentes sobre as tarifas aéreas.


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