São Paulo, terça-feira, 11 de dezembro de 2007

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Mercado tem pregão morno à espera do Fed

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado iniciou a semana em ritmo mais morno. A tendência é de hoje o dia ser bem mais movimentado, com a última decisão de 2007 do BC americano sobre os juros. No fim de seu pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo marcava baixa de 0,29%. O dólar encerrou a R$ 1,768, em alta de 0,40%.
A divulgação da projeção de perdas de US$ 10 bilhões pelo banco suíço UBS, decorrente de papéis lastreados ao setor de crédito imobiliário de alto risco (o "subprime") dos EUA, não chegou a azedar o mercado. Os grandes bancos mundiais já haviam divulgado perdas superiores a US$ 50 bilhões sofridas com essa crise. As Bolsas européias tiveram altas discretas: Londres subiu 0,16%, e Frankfurt, 0,49%.
No mercado americano, os investidores estão concentrados na decisão do Fomc (comitê do BC que define os juros). A expectativa que predomina é de que a taxa seja reduzida de 4,5% para 4,25%. Os mais otimistas falam em uma queda de 0,50 ponto percentual -uma decisão nesse sentido deve animar os pregões.
Em Wall Street, o Dow Jones subiu 0,74%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq, 0,47%.
Se os dirigentes do Fed (o BC americano) optarem por manter os juros no atual patamar, o dia tende a ser negativo, especialmente para as Bolsas de Valores. Além do resultado, os investidores aguardam com interesse o comunicado que o Fed apresentará após o encontro, que pode trazer sinais sobre o futuro da política monetária.
Ontem foi apresentado nos EUA o índice de vendas pendentes de casas, que mostrou elevação mensal de 0,6% em outubro, segundo a associação de corretores de imóveis do país. Mas, quando comparado ao mesmo mês de 2006, o resultado foi 18,4% inferior, o que mostra os reflexos da atual crise de crédito imobiliário.
Para a Bovespa, juros menores nos EUA podem significar o aumento da entrada de capital externo, que pode elevar o valor das ações. As compras feitas pelos estrangeiros neste mês, até o dia 6, bateram as vendas em R$ 1,58 bilhão.
No mercado de câmbio, o fluxo maior de capital externo favorece o recuo do dólar.
Ontem os operadores de câmbio comentaram declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao jornal Financial Times. Segundo o jornal, Mantega afirmou que o fundo soberano terá como uma de suas funções reduzir a oferta de dólares do mercado, o que ajudaria a conter a alta do real. A moeda norte-americana acumula depreciação superior a 17% diante do real neste ano.

Ações
O recuo no preço do barril de petróleo tirou a atratividade das ações da Petrobras, que tiveram queda de 1,17% (ON) e 0,43% (PN).
Outra estatal que terminou em baixa ontem foi a Eletrobras. Suas ações caíram 5,17% (ON) e 3,50% (PN). Ontem um consórcio liderado pela Odebrecht, junto com a Furnas (subsidiária da Eletrobrás), saiu vencedor no leilão da concessão Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira. A ação preferencial da Cemig caiu 3,29%.


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