São Paulo, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


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Surpresos, EUA temem fracasso

da Redação

O governo dos Estados Unidos acredita que a economia do Equador só conseguirá se recuperar após uma profunda reforma bancária e um ajuste nas contas públicas. A avaliação é de um consultor para a América Latina do secretário do Tesouro norte-americano, Lawrence Summers.
Os EUA estão evitando fazer comentários oficiais a respeito da dolarização da economia equatoriana. A decisão foi classificada como "surpreendente" pelas autoridades norte-americanas.
Extra-oficialmente, há um temor de que o plano não seja bem-sucedido, pois teria sido feito às pressas, sem que seu impacto fosse de fato mensurado.
A avaliação era que a dolarização não ocorreria, pelo menos no curto prazo.
Membros do Tesouro dos EUA e o governo do Equador vêm mantendo contatos diários desde o domingo a respeito da situação política e econômica do país.
O Tesouro norte-americano teria se colocado à disposição para consultas técnicas e para intermediar um pacote de ajuda ao país -como foi realizado em 1998 com o Brasil, na crise de confiança que o país atravessou.
O governo norte-americano contactou ainda o FMI (Fundo Monetário Internacional) e sugeriu uma consulta sobre a situação do país, para uma eventual liberação de dinheiro.
Um dos conselhos já dados ao Equador é que o governo faça uma reforma no sistema bancário e que promova um rígido controle nas contas públicas. Além disso, é preciso retomar os compromissos externos do país, interrompidos em parte com a moratória adotada no ano passado.

Estudo do Congresso
Um processo de dolarização exige sacrifícios, mas traz benefícios à economia de um país, diz estudo do Comitê de Assuntos Econômicos do Congresso norte-americano divulgado em Quito.
O documento, de 43 páginas, foi elaborado em julho passado e publicado ontem pelo jornal "El Universo". Nele, são avaliados os prós e os contras da dolarização.
Além da perda de autonomia sobre a política monetária, há custos que, segundo o documento, poderiam representar entre 4% e 5% do PIB do país que estabelecer o novo sistema.
O estudo destaca que há perda das receitas de senhoriagem e ainda despesas para modernização dos sistemas (programas de computadores, caixas registradoras, máquinas automáticas).
Entre os benefícios, o documento lista a queda da inflação, a abertura econômica, a maior transparência e a eliminação dos custos de transação com outros países da zona unificada da moeda.


Com agências internacionais

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