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Anac vê alta de 10% na tarifa com nova taxa de aeroporto
Estrangeiras estimam aumento de até 200% no bilhete
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) afirmou ontem
que realizou cálculos que mostram que o aumento previsto
de tarifas de permanência de
aviões no aeroporto de Guarulhos, de até 5.126%, implicaria
altas nos bilhetes internacionais abaixo de 10% no caso da
maioria das companhias.
Empresas aéreas estrangeiras ouvidas pela reportagem
afirmam que a alta poderia chegar a 200%. A Anac abriu consulta pública propondo aumento da tarifa cobrada quando
aviões de vôos internacionais
permanecem mais de três horas em Guarulhos (a chamada
tarifa de permanência).
O argumento é que os aviões
permanecem muitas horas estacionados no aeroporto, o que
restringe outras operações.
As estrangeiras, as principais
afetadas pela medida, reagiram
e em carta ao presidente Lula
afirmaram que os prejuízos serão grandes. Em carta à Anac
obtida pela Folha, a JAL (Japan Airlines) afirma que pode
até suspender suas operações
no Brasil por conta da medida.
As empresas dizem que a
proposta fere acordos bilaterais do Brasil com outros países. A Anac nega. "A tarifação
será aplicada a companhias de
todos os países, incluindo brasileiras, preservando o princípio de não-discriminação."
A Anac também negou que o
governo americano tenha informado ao governo brasileiro
que iria aumentar na mesma
proporção as tarifas do aeroporto JFK, de Nova York.
As estrangeiras se reuniram
ontem e definiram uma nova
linha de argumentação. A idéia,
segundo representantes que
participaram da reunião, é elevar Guarulhos à categoria de
aeroporto nível três, sinônimo,
nesse caso, de aeroporto de pátio congestionado. Elas defendem que seja designado um
gestor independente para administrar o aeroporto. Esse
gestor, indicado pela Anac, seria responsável por fazer duas
reuniões anuais para dividir os
espaços de acordo com as solicitações das empresas.
Uma das companhias afirmou que a extensão do vôo até
o Rio (a Anac reduziu as tarifas
do Galeão para estimular o uso
do aeroporto) resultaria em alta de US$ 30 mil por operação.
Outra alternativa é a revisão
da capacidade da área de tráfego do aeroporto. Mudar a forma como aviões ficariam estacionados é uma das hipóteses.
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