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Foco
Feira de calçados em SP pretende fechar 25% dos negócios do setor no ano
MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com queda na produção
em 2007, o setor de calçados
prevê aquecimento das vendas na maior feira setorial da
América Latina, em São Paulo, entre os dias 14 e 17. Estimativas da Couromoda indicam que 25% dos negócios
da indústria brasileira no
ano são fechados ou encaminhados no evento. Da produção de couro até o varejo, o
setor movimenta R$ 50 bilhões por ano, 80% no mercado interno.
Para o presidente da Couromoda, Francisco Santos, o
evento se realiza no momento em que os compradores
estão sem estoques por causa das vendas do Natal. Entre
os novos clientes da feira,
Santos destaca as lojas de departamento virtuais Zappos
e Yook e a rede italiana La
Rinascente, que pela primeira vez trarão compradores
para o evento.
Se os empresários estrangeiros querem adquirir produtos com maior qualidade,
os brasileiros investem em
design e conceitos de moda
para vender mais. A proprietária da Arpé Calçados, Érika
Silva, de Guaxupé (MG), participa da feira pela segunda
vez com seis modelos próprios e três produzidos com
auxílio de um estilista.
Ela trocou os calçados com
sola de pneu para outros de
borracha. Com a melhoria da
qualidade, elevou seu lucro
por par de R$ 1 para R$ 10.
"Para nós, de Guaxupé, é
uma novidade ainda estar
em uma feira. Participar já é
uma vitória e o que vender
na feira é lucro", diz.
Desafios do setor
O câmbio desfavorável e a
alta carga tributária e previdenciária são os maiores vilões do setor calçadista, dizem os empresários. Apesar
de o balanço de 2007 não estar concluído, estimativas da
Abicalçados (Associação
Brasileira das Indústrias de
Calçados) apontam redução
na quantidade produzida de
796 milhões de pares em
2006 para 764 milhões no
ano passado.
Com o real valorizado, o
cálculo é que 2007 tenha terminado com a exportação de
23 milhões de pares a menos
que no ano anterior.
Mesmo com a queda no
volume, o faturamento aumentou mais de 10%, para
US$ 2,06 bilhões, segundo
dados da Abicalçados.
Para o consultor de inteligência comercial da Abicalçados, Enio Klein, os investimentos em qualidade e as
vendas para o mercado interno são as alternativas para o setor. "As empresas procuraram reduzir o percentual exportado", diz Klein.
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