São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2008

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Foco

Feira de calçados em SP pretende fechar 25% dos negócios do setor no ano

MARINA GAZZONI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com queda na produção em 2007, o setor de calçados prevê aquecimento das vendas na maior feira setorial da América Latina, em São Paulo, entre os dias 14 e 17. Estimativas da Couromoda indicam que 25% dos negócios da indústria brasileira no ano são fechados ou encaminhados no evento. Da produção de couro até o varejo, o setor movimenta R$ 50 bilhões por ano, 80% no mercado interno.
Para o presidente da Couromoda, Francisco Santos, o evento se realiza no momento em que os compradores estão sem estoques por causa das vendas do Natal. Entre os novos clientes da feira, Santos destaca as lojas de departamento virtuais Zappos e Yook e a rede italiana La Rinascente, que pela primeira vez trarão compradores para o evento.
Se os empresários estrangeiros querem adquirir produtos com maior qualidade, os brasileiros investem em design e conceitos de moda para vender mais. A proprietária da Arpé Calçados, Érika Silva, de Guaxupé (MG), participa da feira pela segunda vez com seis modelos próprios e três produzidos com auxílio de um estilista.
Ela trocou os calçados com sola de pneu para outros de borracha. Com a melhoria da qualidade, elevou seu lucro por par de R$ 1 para R$ 10. "Para nós, de Guaxupé, é uma novidade ainda estar em uma feira. Participar já é uma vitória e o que vender na feira é lucro", diz.

Desafios do setor
O câmbio desfavorável e a alta carga tributária e previdenciária são os maiores vilões do setor calçadista, dizem os empresários. Apesar de o balanço de 2007 não estar concluído, estimativas da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados) apontam redução na quantidade produzida de 796 milhões de pares em 2006 para 764 milhões no ano passado.
Com o real valorizado, o cálculo é que 2007 tenha terminado com a exportação de 23 milhões de pares a menos que no ano anterior.
Mesmo com a queda no volume, o faturamento aumentou mais de 10%, para US$ 2,06 bilhões, segundo dados da Abicalçados.
Para o consultor de inteligência comercial da Abicalçados, Enio Klein, os investimentos em qualidade e as vendas para o mercado interno são as alternativas para o setor. "As empresas procuraram reduzir o percentual exportado", diz Klein.


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