São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Produção industrial de SP caiu mais em dezembro, diz Iedi

A indústria paulista teve uma contração ainda mais forte em dezembro de 2008 do que a registrada em novembro, afirma o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) em análise desta semana. Para o instituto, o setor industrial do Estado já sente a crise, mas com menor intensidade que o restante do país.
"Isso é bom a curto prazo, porque reduz os adversos resultados que a média da indústria nacional já vem apresentando. Mas é um resultado que preocupará quando o maior centro industrial do país passar a acusar em toda a sua plenitude os efeitos da crise, algo que deve ocorrer a partir de dezembro de 2008", afirma o Iedi.
Segundo dados do IBGE, a queda na atividade industrial nacional foi de 5,2% em novembro ante outubro do ano passado, mais que a redução de 3,2% registrada em São Paulo, que concentra 40% das indústrias brasileiras.
Para o Iedi, um dos motivos que fizeram com que o dado nacional de novembro superasse a queda de 2,8% registrada em outubro foi justamente a contração maior da produção industrial de São Paulo. Em outubro, a produção da indústria paulista caiu apenas 0,8%.
Para o quarto trimestre do ano passado, a expectativa do Iedi é que a retração seja de 10% para a indústria brasileira e de 5% para a paulista.
Segundo o Iedi, a indústria paulista se retrai com atraso em relação à nacional porque é mais diversificada. Setores como aviação e farmacêutico, concentrados no Estado, ainda estão aquecidos e têm segurado o resultado da indústria de São Paulo acima da média nacional.
Outros Estados também apontaram dados diferentes da média nacional. No Espírito Santo e em Minas Gerais, por exemplo, a queda da atividade industrial em novembro ficou acima da brasileira, de 17,2% e 13,4%, respectivamente.
A justificativa do Iedi é que os setores mais afetados pela crise econômica, como automotivo, siderúrgico, mineração e papel e celulose, se localizam nesses Estados. "Sofreram mais as indústrias regionais mais especializadas em commodities industriais, automóveis e siderurgia", afirma, em relatório.
Já o Nordeste teve retração na atividade industrial menor que a registrada em todo o país, de 0,4%. Para o Iedi, no entanto, a situação da região é diferente da de São Paulo. O motivo é que o Nordeste concentra muitas indústrias alimentícias, segmento em que o consumo sofre pouca variação com o desaquecimento da economia.

Produtores de leite buscam alta do consumo para segurar preço

O ano de 2008 se encerrou com uma queda de 20% no preço do litro do leite ao produtor e um aumento de 4% na produção, diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Jorge Rubez. Para 2009, a expectativa de Rubez é a de que haja uma melhor adequação de oferta e demanda do produto, para restabelecer o patamar de preços.
Para aumentar o valor pago pelo leite ao produtor, Rubez, que também é presidente da câmara setorial de leite da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, está estudando com a Apas (Associação Paulista de Supermercados) formas de estimular o consumo interno. A aposta de Rubez é justamente o mercado doméstico, já que as exportações representam 3% do faturamento do setor.
De acordo com ele, o setor está sofrendo atualmente com um nível elevado de estoques, tanto de leite em pó quanto de longa vida. Isso derruba ainda mais os preços do leite pagos pela indústria aos produtores.
"O leite é um produto que tem prazo de validade. Se o produtor não vender, ele perde", afirma Rubez.
Hoje, um litro de leite é vendido pelos produtores às indústrias por, em média, R$ 0,55. Segundo Rubez, esse preço não é competitivo e traz prejuízos aos pecuaristas. Para ele, o preço ideal do litro de leite é de ao menos R$ 0,70.
O ano passado foi considerado ruim para os produtores. A produção vinha com crescimento de 15% no primeiro semestre, mas o consumo caiu cerca de 7% em agosto após a alta dos preços dos alimentos como um todo. "Os preços da carne, do feijão e do pão subiram, e as pessoas cortaram o consumo de laticínios", afirma.

ESTRELA-D'ALVA
Alex Atala (à dir.) está na correria com os preparativos do novo restaurante Dalva e Dito, que, segundo o chef, faz alusão à estrela-d'alva e a São Benedito; foram investidos R$ 6 milhões na nova casa, que tem à frente o chef Alain Poletto (à esq.) e vai celebrar a cozinha brasileira

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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