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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Produção industrial de SP caiu mais em dezembro, diz Iedi
A indústria paulista teve uma
contração ainda mais forte em
dezembro de 2008 do que a registrada em novembro, afirma
o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) em análise desta semana.
Para o instituto, o setor industrial do Estado já sente a crise,
mas com menor intensidade
que o restante do país.
"Isso é bom a curto prazo,
porque reduz os adversos resultados que a média da indústria nacional já vem apresentando. Mas é um resultado que
preocupará quando o maior
centro industrial do país passar
a acusar em toda a sua plenitude os efeitos da crise, algo que
deve ocorrer a partir de dezembro de 2008", afirma o Iedi.
Segundo dados do IBGE, a
queda na atividade industrial
nacional foi de 5,2% em novembro ante outubro do ano
passado, mais que a redução de
3,2% registrada em São Paulo,
que concentra 40% das indústrias brasileiras.
Para o Iedi, um dos motivos
que fizeram com que o dado nacional de novembro superasse
a queda de 2,8% registrada em
outubro foi justamente a contração maior da produção industrial de São Paulo. Em outubro, a produção da indústria
paulista caiu apenas 0,8%.
Para o quarto trimestre do
ano passado, a expectativa do
Iedi é que a retração seja de
10% para a indústria brasileira
e de 5% para a paulista.
Segundo o Iedi, a indústria
paulista se retrai com atraso
em relação à nacional porque é
mais diversificada. Setores como aviação e farmacêutico,
concentrados no Estado, ainda
estão aquecidos e têm segurado
o resultado da indústria de São
Paulo acima da média nacional.
Outros Estados também
apontaram dados diferentes da
média nacional. No Espírito
Santo e em Minas Gerais, por
exemplo, a queda da atividade
industrial em novembro ficou
acima da brasileira, de 17,2% e
13,4%, respectivamente.
A justificativa do Iedi é que os
setores mais afetados pela crise
econômica, como automotivo,
siderúrgico, mineração e papel
e celulose, se localizam nesses
Estados. "Sofreram mais as indústrias regionais mais especializadas em commodities industriais, automóveis e siderurgia", afirma, em relatório.
Já o Nordeste teve retração
na atividade industrial menor
que a registrada em todo o país,
de 0,4%. Para o Iedi, no entanto, a situação da região é diferente da de São Paulo. O motivo
é que o Nordeste concentra
muitas indústrias alimentícias,
segmento em que o consumo
sofre pouca variação com o desaquecimento da economia.
Produtores de leite buscam alta do consumo para segurar preço
O ano de 2008 se encerrou
com uma queda de 20% no preço do litro do leite ao produtor e
um aumento de 4% na produção, diz o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Jorge Rubez. Para
2009, a expectativa de Rubez é
a de que haja uma melhor adequação de oferta e demanda do
produto, para restabelecer o
patamar de preços.
Para aumentar o valor pago
pelo leite ao produtor, Rubez,
que também é presidente da
câmara setorial de leite da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, está estudando com a
Apas (Associação Paulista de
Supermercados) formas de estimular o consumo interno. A
aposta de Rubez é justamente o
mercado doméstico, já que as
exportações representam 3%
do faturamento do setor.
De acordo com ele, o setor está sofrendo atualmente com
um nível elevado de estoques,
tanto de leite em pó quanto de
longa vida. Isso derruba ainda
mais os preços do leite pagos
pela indústria aos produtores.
"O leite é um produto que
tem prazo de validade. Se o produtor não vender, ele perde",
afirma Rubez.
Hoje, um litro de leite é vendido pelos produtores às indústrias por, em média, R$ 0,55.
Segundo Rubez, esse preço não
é competitivo e traz prejuízos
aos pecuaristas. Para ele, o preço ideal do litro de leite é de ao
menos R$ 0,70.
O ano passado foi considerado ruim para os produtores. A
produção vinha com crescimento de 15% no primeiro semestre, mas o consumo caiu
cerca de 7% em agosto após a
alta dos preços dos alimentos
como um todo. "Os preços da
carne, do feijão e do pão subiram, e as pessoas cortaram o
consumo de laticínios", afirma.
ESTRELA-D'ALVA
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