São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2002

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EXPORTAÇÕES

Depois de um ano com alta recorde nas vendas, setor prepara-se para receber missão sanitária da Europa

Carne de porco aguarda sinal verde da UE

ALEXA SALOMÃO
DA REDAÇÃO

Fazer os primeiros embarques para a UE (União Européia). Essa é a meta dos exportadores brasileiros de carne suína, traçada pela Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína).
Uma missão técnica da UE desembarca no país entre março e abril para avaliar Estados e abatedouros. Se conseguir o tão sonhado aval sanitário dos europeus, a suinocultura nacional concretiza um projeto que já dura 20 anos. Melhor: estará a meio caminho de outro mercado cobiçado, o Japão, maior importador mundial de produtos suínos.
O diretor-executivo da Abipecs, Claudio Martins, não tem a menor dúvida de que o Brasil ganha sinal verde da UE. Sua certeza leva em conta os resultados surpreendentes que o setor vem registrando.
No ano passado, as exportações brasileiras de carne suína cresceram 107% em relação ao ano anterior. Das 264,9 mil toneladas que deixaram o Brasil, 168,6 mil (64% do total) foram compradas pelos -justamente o mais novo cliente do Brasil.
A receita acompanhou o volume. Fechou em US$ 358,5 milhões, resultado 109% acima do registrado em 2000. Para este ano, a Abipecs projeta aumento de 30% nas exportações.
A Rússia é o segundo consumidor mundial de carne suína e voltou a comprar do Brasil no segundo semestre de 2000. Em 2001, os negócios engrenaram. No mercado russo, o Brasil saiu da estaca zero para se transformar no principal fornecedor de carne suína.
A ascensão também garantiu ao país nova posição no ranking mundial de exportadores do setor. Foi do 12º para o 4º lugar, atrás do Canadá, dos Estados Unidos e da China em 2001.

Missão européia
A suinocultura brasileira sofreu duro golpe em 1978, quando o rebanho foi atacado pela peste suína africana. O regresso ao mercado externo foi lento e alcança uma importante etapa a partir deste ano, lembra Martins.
A missão européia que vai inspecionar os abatedouros brasileiros visita Estados livres da febre aftosa, com ou sem vacinação. A lista de empresas que vão ser avaliadas ainda está sendo elaborada, mas vai incluir unidades em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
Se o resultado for positivo, os primeiros contratos estarão fechados em junho, avalia a Abipecs. "Ainda no primeiro semestre estaremos preparando embarques para Espanha e Itália", declara Martins.
"A Europa é importante não pelo volume de compras, que tende a ser pequeno neste momento, mas os pedidos garantem aval sanitário para firmarmos contratos no Japão", informa Martins.
Os exportadores também estão de olho na China, país com enorme potencial, mas os negócios devem ocorrer no longo prazo, avalia Martins, porque a China ainda está se adaptando às regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Os suinocultores, no entanto, já iniciaram diálogo com os chineses. Representantes setor integram a comitiva presidencial que visitará o país neste ano.



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