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EXPORTAÇÕES
Depois de um ano com alta recorde nas vendas, setor prepara-se para receber missão sanitária da Europa
Carne de porco aguarda sinal verde da UE
ALEXA SALOMÃO
DA REDAÇÃO
Fazer os primeiros embarques
para a UE (União Européia). Essa
é a meta dos exportadores brasileiros de carne suína, traçada pela
Abipecs (Associação Brasileira da
Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína).
Uma missão técnica da UE desembarca no país entre março e
abril para avaliar Estados e abatedouros. Se conseguir o tão sonhado aval sanitário dos europeus, a
suinocultura nacional concretiza
um projeto que já dura 20 anos.
Melhor: estará a meio caminho de
outro mercado cobiçado, o Japão,
maior importador mundial de
produtos suínos.
O diretor-executivo da Abipecs,
Claudio Martins, não tem a menor dúvida de que o Brasil ganha
sinal verde da UE. Sua certeza leva
em conta os resultados surpreendentes que o setor vem registrando.
No ano passado, as exportações
brasileiras de carne suína cresceram 107% em relação ao ano anterior. Das 264,9 mil toneladas que
deixaram o Brasil, 168,6 mil (64%
do total) foram compradas pelos
-justamente o mais novo cliente
do Brasil.
A receita acompanhou o volume. Fechou em US$ 358,5 milhões, resultado 109% acima do
registrado em 2000. Para este ano,
a Abipecs projeta aumento de
30% nas exportações.
A Rússia é o segundo consumidor mundial de carne suína e voltou a comprar do Brasil no segundo semestre de 2000. Em 2001, os
negócios engrenaram. No mercado russo, o Brasil saiu da estaca
zero para se transformar no principal fornecedor de carne suína.
A ascensão também garantiu ao
país nova posição no ranking
mundial de exportadores do setor. Foi do 12º para o 4º lugar,
atrás do Canadá, dos Estados
Unidos e da China em 2001.
Missão européia
A suinocultura brasileira sofreu
duro golpe em 1978, quando o rebanho foi atacado pela peste suína
africana. O regresso ao mercado
externo foi lento e alcança uma
importante etapa a partir deste
ano, lembra Martins.
A missão européia que vai inspecionar os abatedouros brasileiros visita Estados livres da febre
aftosa, com ou sem vacinação. A
lista de empresas que vão ser avaliadas ainda está sendo elaborada,
mas vai incluir unidades em Santa
Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
Se o resultado for positivo, os
primeiros contratos estarão fechados em junho, avalia a Abipecs. "Ainda no primeiro semestre estaremos preparando embarques para Espanha e Itália", declara Martins.
"A Europa é importante não pelo volume de compras, que tende
a ser pequeno neste momento,
mas os pedidos garantem aval sanitário para firmarmos contratos
no Japão", informa Martins.
Os exportadores também estão
de olho na China, país com enorme potencial, mas os negócios devem ocorrer no longo prazo, avalia Martins, porque a China ainda
está se adaptando às regras da
OMC (Organização Mundial do
Comércio).
Os suinocultores, no entanto, já
iniciaram diálogo com os chineses. Representantes setor integram a comitiva presidencial que
visitará o país neste ano.
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