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"Proteção" diminui risco de perda na Bolsa
Voltado para o pequeno investidor, POP permite que parte da aplicação fique "blindada" em caso de desvalorização das ações
Para obter o benefício, investidor se compromete
a repassar uma parcela de seus eventuais lucros a quem assume o risco do POP
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O pequeno investidor passou
a contar, na última sexta-feira,
com uma nova possibilidade de
aplicação no mercado acionário. A novidade permite que ele
proteja parte de seus recursos,
limitando os riscos de perder
dinheiro ao investir em ações.
Batizado de POP (Proteção
do Investimento com Participação), o novo produto financeiro arquitetado pela Bovespa
(Bolsa de Valores de São Paulo)
utiliza operações no mercado
de opções para minimizar as
perdas no caso de as ações se
desvalorizarem.
Na prática, o pequeno investidor comprará um POP e acertará um nível de proteção
(80%, 70% ou um outro percentual) de seu investimento
que ficará coberto, não sendo
afetado por uma eventual queda das ações.
O custo dessa "proteção" é o
compromisso de repassar uma
parcela de seus eventuais lucros para quem assume o risco
do POP.
"O POP é um produto destinado à pessoa física", diz Roberto Lee, diretor da Win -home broker da Alpes Corretora.
"Ao fazer um POP, o investidor abre mão de parte do lucro
que teria se aplicasse em uma
ação normal e esta subisse. Mas
vai conseguir entrar na Bolsa
com um menor risco de perda
caso os papéis em que aplicou
caiam", afirma Lee.
Menor risco
Esse tipo de operação não é
inédito. Os grandes investidores contam com aplicações conhecidas como "capital protegido" que têm estrutura similar
à do POP.
A diferença agora é que o investidor com montante menor
de recursos poderá se aproveitar dessas possibilidades oferecidas pelo mercado.
"O POP é uma forma de
atrair mais gente ao mercado
acionário. O produto vai ao encontro de uma demanda reprimida, de pessoas que temem os
riscos que a Bolsa carrega",
afirma Flávio Zullo, gerente da
HSBC Corretora.
Importante é o investidor
entender que sempre haverá
riscos no mercado acionário. E
para obter as vantagens oferecidas pelo POP, ele tem de respeitar a estrutura do produto,
sendo importante carregá-lo
até seu vencimento.
As primeiras séries de POP
oferecidas têm vencimentos de
seis meses (em agosto) e de 12
meses (em fevereiro de 2008).
Para compensar as possíveis
desvalorizações das ações, o
produto será formado por uma
ação negociada no mercado à
vista e por seus papéis correspondentes de compra e venda
no mercado de opções.
Exemplo
Um exemplo hipotético: o investidor comprou um POP de
Petrobras, com a ação valendo
R$ 50 e protegendo 80% de seu
investimento.
Se essa aplicação no POP foi
de R$ 5.000 e, após seis meses,
a ação teve queda de 40% (para
R$ 30), o investidor terá R$
4.600 no final do negócio. Em
uma situação normal de investimento direto de ação na Bolsa, o investidor passaria a ter,
após a queda do papel, apenas
R$ 3.000.
Mas se a ação subiu no período, o ganho do investidor, na
mesma situação, seria menor
com o POP do que com a compra direta da ação em Bolsa.
Com a ação subindo 40%
(para R$ 70), a aplicação inicial
saltaria para R$ 7.000. Quem
fez o POP tem de ceder parte de
seu lucro (20%, por exemplo)
ao vendedor da proteção, ficando no final com R$ 6.600.
Ofertas
Na primeira etapa foram oferecidos POP de sete empresas e
também do certificado de PIBB
(Papéis Índice Brasil Bovespa,
vendido pelo BNDES).
As ações com as quais foram
montados os POPs por enquanto são as seguintes: Petrobras
PN, Vale do Rio Doce PNA, Bradesco PN, Usiminas PNA, Telemar PN, Itaú PN e Siderúrgica
Nacional ON.
"É uma estrutura complicada para um produto simples
que busca solucionar o receio
do investidor em relação ao risco da renda variável", afirmou o
superintendente-geral da Bovespa, Gilberto Mifano, quando
apresentou o produto.
Estréia
O pregão de sexta-feira marcou a estréia do POP. Foram
realizados 59 negócios com o
novo produto, que movimentaram um volume total de
R$ 1,35 milhão.
O primeiro negócio a ser realizado envolveu um POP de Petrobras com vencimento em
agosto deste ano.
A estréia deveria ter ocorrido
uma semana antes, no dia 2
deste mês. Mas a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pediu à Bovespa e à CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia) mais esclarecimentos em relação ao novo
produto financeiro. Por isso,
houve esse atraso no lançamento do POP no mercado.
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