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Bunge nega a acusação e vê erro em estudo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da Bunge,
Mário Barbosa, negou a
acusação de oligopólio, defendeu a posição de liderança no mercado com investimentos que superam
US$ 1 bilhão e disse que
empresa investe há 70
anos no país.
"Faz 70 anos que estamos investindo no Brasil,
em fertilizantes. É evidente que, nestes 70 anos, a
gente tenha uma posição
razoável. Se não tivesse,
teria alguma coisa completamente errada", disse.
Segundo Barbosa, o Ministério da Agricultura cometeu erros em seu estudo, principalmente em relação à participação da
Bunge na Fosfértil. Segundo a Agricultura, a Bunge
teria 58,62% da empresa,
mas Barbosa diz que é algo
em torno de 41%.
Ele considerou "estranha" a acusação de oligopólio no setor. "Estranho
isso, porque existem no
Brasil milhares de empresas que podem importar
fertilizantes", disse.
Segundo o presidente da
Bunge, o preço dos fertilizantes ao fazendeiro nacional segue os valores internacionais. "O Brasil é
tomador de preço no mercado internacional. Há algum equívoco de interpretação. No Brasil nenhuma
empresa consegue impor
preço", apontou.
Barbosa assinalou que a
Mosaic e Yara, que também possuem participação acionária na Fosfértil,
dificultavam a ampliação
da produção nacional, já
que ambas são multinacionais e possuem produção lá fora, que vendem ao
Brasil. "Os interesses da
Mosaic e da Yara geravam
conflitos. A Bunge sempre
defendeu o aumento da
produção nacional", disse.
As duas empresas teriam mudado o comportamento nos últimos dois
anos, devido ao maior apetite da China pelos fertilizantes. Um aumento de
10% no consumo chinês
representa metade do que
o Brasil utiliza em um ano.
Apesar de ser o maior produtor de grãos do planeta,
o Brasil é o 4º consumidor
de fertilizantes.
O presidente da Bunge
não vê problemas na idéia
do governo de estimular
duas novas plantas industriais no Brasil para a produção de fertilizantes
compostos. "Tendo as
mesmas regras da iniciativa privada, não vejo problema. Cada um que faça o
seu investimento e corra o
seu risco", disse.
A Mosaic, braço da Cargill em fertilizantes, e a Yara foram procuradas na
sexta-feira, por intermédio de suas assessorias de
imprensa. Nenhuma das
duas se manifestou até a
conclusão desta edição.
As marcas da Bunge conhecidas pelo consumidor
são as margarinas Delícia,
Primor, Soya, Cyclus; os
óleos Soya, Primor, Salada
e Cyclus; as maioneses
Primor e Soya; e azeites
Delícia e Andorinha.
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