São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Bunge nega a acusação e vê erro em estudo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Bunge, Mário Barbosa, negou a acusação de oligopólio, defendeu a posição de liderança no mercado com investimentos que superam US$ 1 bilhão e disse que empresa investe há 70 anos no país.
"Faz 70 anos que estamos investindo no Brasil, em fertilizantes. É evidente que, nestes 70 anos, a gente tenha uma posição razoável. Se não tivesse, teria alguma coisa completamente errada", disse.
Segundo Barbosa, o Ministério da Agricultura cometeu erros em seu estudo, principalmente em relação à participação da Bunge na Fosfértil. Segundo a Agricultura, a Bunge teria 58,62% da empresa, mas Barbosa diz que é algo em torno de 41%.
Ele considerou "estranha" a acusação de oligopólio no setor. "Estranho isso, porque existem no Brasil milhares de empresas que podem importar fertilizantes", disse.
Segundo o presidente da Bunge, o preço dos fertilizantes ao fazendeiro nacional segue os valores internacionais. "O Brasil é tomador de preço no mercado internacional. Há algum equívoco de interpretação. No Brasil nenhuma empresa consegue impor preço", apontou.
Barbosa assinalou que a Mosaic e Yara, que também possuem participação acionária na Fosfértil, dificultavam a ampliação da produção nacional, já que ambas são multinacionais e possuem produção lá fora, que vendem ao Brasil. "Os interesses da Mosaic e da Yara geravam conflitos. A Bunge sempre defendeu o aumento da produção nacional", disse.
As duas empresas teriam mudado o comportamento nos últimos dois anos, devido ao maior apetite da China pelos fertilizantes. Um aumento de 10% no consumo chinês representa metade do que o Brasil utiliza em um ano. Apesar de ser o maior produtor de grãos do planeta, o Brasil é o 4º consumidor de fertilizantes.
O presidente da Bunge não vê problemas na idéia do governo de estimular duas novas plantas industriais no Brasil para a produção de fertilizantes compostos. "Tendo as mesmas regras da iniciativa privada, não vejo problema. Cada um que faça o seu investimento e corra o seu risco", disse.
A Mosaic, braço da Cargill em fertilizantes, e a Yara foram procuradas na sexta-feira, por intermédio de suas assessorias de imprensa. Nenhuma das duas se manifestou até a conclusão desta edição.
As marcas da Bunge conhecidas pelo consumidor são as margarinas Delícia, Primor, Soya, Cyclus; os óleos Soya, Primor, Salada e Cyclus; as maioneses Primor e Soya; e azeites Delícia e Andorinha. (ID)


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