São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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"Grau de investimento" sai ainda neste ano, diz Mantega

JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar do pessimismo dos investidores estrangeiros sobre a crise financeira internacional, o ministro Guido Mantega (Fazenda) acredita que o Brasil vai conquistar ainda este ano o "grau de investimento". Na avaliação do ministro, a economia brasileira não está sofrendo com a turbulência iniciada nos Estados Unidos no segundo semestre do ano passado. As agências de classificação de risco discordam do otimismo de Mantega.
O "grau de investimento" é uma nota dada pelas agências de classificação de risco aos países mais seguros para os investimentos. Quanto mais alta a nota, menor a possibilidade de um calote da dívida pública. O Brasil ainda está a um degrau da classificação máxima. E, portanto, ainda é considerado um país especulativo.
"Acho que [a crise] não muda o timing da chegada do "grau de investimento". As reservas internacionais continuam subindo. A solvência do país continua bastante forte. E, agora, com uma diferença grande, que é o vigor maior da economia", disse o ministro.
A diretora sênior do grupo de risco soberano da Fitch, responsável pela avaliação do Brasil, Shelly Shetty, disse que a melhora da nota de risco vai depender do desempenho da economia brasileira durante a turbulência financeira internacional.
Ela disse que o país ainda não mostrou sinais de que vai sofrer conseqüências, mas ainda é cedo para ter certeza. Segundo Shetty, a Fitch vai monitorar, principalmente, a reação do Banco Central para tentar controlar a inflação e se o governo brasileiro vai conseguir manter a política fiscal, controlando as contas públicas.
Mantega, ao contrário de Shetty, não mostrou preocupação com o aumento de preços no Brasil. Na volta de uma semana de férias em Paris, o ministro ressaltou que a inflação está "absolutamente dentro do centro da meta". Na opinião do ministro, o Brasil não enfrenta o mesmo dilema dos países europeus, de decidir se reduzem os juros para estimular a economia ou se aumentam as taxas para conter os preços.


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