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Refeição fora de casa sobe 11,6% em 2007 com alta dos alimentos
Na média, o gasto foi de R$ 14,87; Porto Alegre é a cidade com menor valor
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A alta de 10,79% no preço dos
alimentos em 2007, segundo o
IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), refletiu-se no valor pago para comer fora de casa. Os trabalhadores que usam tíquete-refeição tiveram que desembolsar
11,6% a mais no ano passado,
com relação a 2006, por um almoço com prato principal, bebida (não-alcoólica), sobremesa e cafezinho.
O número foi divulgado pela
Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação
Convênio para o Trabalhador)
e apontou média de R$ 14,87
nos 2.360 estabelecimentos
das 22 cidades pesquisadas, incluindo 16 capitais.
O aumento foi puxado pelos
restaurantes do tipo self service, que tiveram alta de 15,8%,
contra 13,3% dos a la carte e
5,8% daqueles que servem prato comercial.
A região com o valor mais
elevado é o Centro-Oeste
(R$ 19,05), seguida da Norte
(R$ 16,48), Nordeste (R$ 14,92)
Sudeste (R$ 14,52) e Sul (R$
12,68). O baixo preço encontrado nessas duas últimas se deve,
de acordo com Roberto Baungartner, vice-presidente da entidade, à economia de escala e
ao custo do frete.
De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes), 26% dos gastos
do brasileiro com alimentação
são direcionados a refeições
realizadas fora de casa.
Além de estar numa área produtora de alimentos, como carne e arroz, Porto Alegre conseguiu ter o menor valor do país
(R$ 10,05), entre as cidades
pesquisadas, por causa do grande número de estabelecimentos, afirma Pedro Hoffman,
presidente da associação no
Rio Grande do Sul.
"A concorrência é até predatória, às vezes, puxando o preço
do tíquete [médio] para baixo",
acrescenta. Essa explicação
ajudaria a justificar também o
valor pago pela refeição na capital paulista (R$ 12,40).
Na outra ponta, Goiânia aparece com o valor mais elevado
(R$ 21,90) da pesquisa. Newton
Pereira, presidente da Abrasel
em Goiás, destaca que pequenos restaurantes fecharam as
portas em 2007 e a chegada de
grandes redes à capital alavancaram os preços. Os funcionários também estão sendo mais
bem remunerados e os menos
qualificados, disputados até
com a construção civil, o que
aumenta o custo do negócio.
De olho nas mudanças de hábito do consumidor, Sussumu
Honda, presidente da Abras
(Associação Brasileira de Supermercados), diz que a tendência num futuro próximo é
que os clientes possam não só
comprar comidas semiprontas,
mas também fazer as refeições
nos supermercados, como já
acontece em outros países.
Cesta básica
Pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) também divulgada ontem apontou alta no valor da
cesta básica em 15 das 16 capitais analisadas em janeiro. Os
aumentos mais expressivos foram registrados em Salvador
(9,01%), Brasília (8,26%), Recife (7,39%) e São Paulo (6,74%).
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