São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Refeição fora de casa sobe 11,6% em 2007 com alta dos alimentos

Na média, o gasto foi de R$ 14,87; Porto Alegre é a cidade com menor valor

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

A alta de 10,79% no preço dos alimentos em 2007, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), refletiu-se no valor pago para comer fora de casa. Os trabalhadores que usam tíquete-refeição tiveram que desembolsar 11,6% a mais no ano passado, com relação a 2006, por um almoço com prato principal, bebida (não-alcoólica), sobremesa e cafezinho.
O número foi divulgado pela Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador) e apontou média de R$ 14,87 nos 2.360 estabelecimentos das 22 cidades pesquisadas, incluindo 16 capitais.
O aumento foi puxado pelos restaurantes do tipo self service, que tiveram alta de 15,8%, contra 13,3% dos a la carte e 5,8% daqueles que servem prato comercial.
A região com o valor mais elevado é o Centro-Oeste (R$ 19,05), seguida da Norte (R$ 16,48), Nordeste (R$ 14,92) Sudeste (R$ 14,52) e Sul (R$ 12,68). O baixo preço encontrado nessas duas últimas se deve, de acordo com Roberto Baungartner, vice-presidente da entidade, à economia de escala e ao custo do frete.
De acordo com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), 26% dos gastos do brasileiro com alimentação são direcionados a refeições realizadas fora de casa.
Além de estar numa área produtora de alimentos, como carne e arroz, Porto Alegre conseguiu ter o menor valor do país (R$ 10,05), entre as cidades pesquisadas, por causa do grande número de estabelecimentos, afirma Pedro Hoffman, presidente da associação no Rio Grande do Sul.
"A concorrência é até predatória, às vezes, puxando o preço do tíquete [médio] para baixo", acrescenta. Essa explicação ajudaria a justificar também o valor pago pela refeição na capital paulista (R$ 12,40).
Na outra ponta, Goiânia aparece com o valor mais elevado (R$ 21,90) da pesquisa. Newton Pereira, presidente da Abrasel em Goiás, destaca que pequenos restaurantes fecharam as portas em 2007 e a chegada de grandes redes à capital alavancaram os preços. Os funcionários também estão sendo mais bem remunerados e os menos qualificados, disputados até com a construção civil, o que aumenta o custo do negócio.
De olho nas mudanças de hábito do consumidor, Sussumu Honda, presidente da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), diz que a tendência num futuro próximo é que os clientes possam não só comprar comidas semiprontas, mas também fazer as refeições nos supermercados, como já acontece em outros países.

Cesta básica
Pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) também divulgada ontem apontou alta no valor da cesta básica em 15 das 16 capitais analisadas em janeiro. Os aumentos mais expressivos foram registrados em Salvador (9,01%), Brasília (8,26%), Recife (7,39%) e São Paulo (6,74%).


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