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Ministro reduz de novo lista de fazendas de gado para a UE
Agora, governo fala entre 500 e 600 propriedades aptas para exportação
Na semana passada, governo havia diminuído
lista de 2.681 fazendas
para 683; europeus impuseram limite de 300
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
A novela da lista de fazendas
que o governo considera aptas a
ter gado abatido para exportar
carne bovina "in natura" para a
União Européia ganhou mais
um número ontem. Em reunião no Conselho Superior de
Agronegócio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes,
disse que a relação de propriedades em conformidade com as
exigências do UE deve ficar entre 500 e 600 fazendas.
O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, viaja
hoje para Bruxelas para tratar
do assunto. Na semana passada, a relação estava em 683 propriedades, segundo o governo.
"O número está sendo fechado
hoje [ontem]", disse Stephanes.
Em São Paulo, o ministro insistiu em que a lista mínima tenha mais que o limite de 300
propriedades imposto pela UE.
"São necessárias de 3.000 a
5.000 fazendas para haver densidade para exportar", disse.
"Com 300, não se enche nem
um contêiner", afirmou.
No final do mês passado, o
governo enviou lista com 2.681
fazendas. Os europeus não
aceitaram e embargaram as importações de carne bovina "in
natura" brasileira. O veto está
em vigor desde 1º de fevereiro.
Stephanes afirmou ser "claro" que o embargo contra o
Brasil "é uma vitória dos pecuaristas irlandeses, que exigiram
as mesmas regras da rastreabilidade da vaca louca para os fornecedores de outros países".
Há nove meses e meio à frente do Ministério da Agricultura,
Stephanes disse ser necessário
"cuidar do fogo amigo", mas
afirmou que a questão da rastreabilidade vem desde o início
da década. "O erro do Brasil foi
ter aceitado, sem discussão, as
exigências européias."
Ministro na primeiro gestão
do governo Lula, o presidente
do conselho do agronegócio da
Fiesp, Roberto Rodrigues, sugeriu uma "saída fiscal" para financiar a rastreabilidade. "Pode haver uma isenção correspondente a investimento."
Rodrigues negou que as dificuldades tenham surgido por a
rastreabilidade, até o ano passado, ter sido administrada fora
da área de defesa agropecuária.
O assunto estava na Secretaria
de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. "O
Sisbov [Serviço Brasileiro de
Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos]
sempre foi discutido com o setor privado", disse.
O ministro Reinhold Stephanes disse que o governo prefere
não recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio).
"Enquanto houver uma janela
aberta, vamos buscar um acordo." Depois que a UE retomar
compras do Brasil, o governo
pretende "discutir a simplificação das regras" e ampliar a lista
de fazendas habilitadas.
Reinhold Stephanes tentou
minimizar os efeitos do embargo na pecuária do país. "O preço
do boi não se alterou. O que vai
para a União Européia é menos
do que 6% da produção brasileira de carne bovina."
Números
Da carne bovina "in natura"
que a UE consumiu em 2006,
90,5% foram fornecidos por
países do próprio bloco econômico, informou o Departamento do Agronegócio da Fiesp. A
Alemanha, com 18,8%, ocupou
o primeiro lugar, seguida dos
Países Baixos (18%) e da Irlanda (16,7%). Dos 9,5% que importou, o Brasil foi o principal
fornecedor, com 46,4%, seguido de Argentina (30,3%), Uruguai (8,8%) e Austrália (5,1%).
De carne bovina congelada
-que não entra no embargo-,
a UE importou parcela bem
maior -43,2%. O Brasil foi o
principal fornecedor, com 88%.
Depois vieram Uruguai (5,8%)
e Argentina (3,7%). Dos 56,8%
que comprou no próprio bloco,
a Irlanda liderou (18%), seguida
da Alemanha (17,5%) e dos Países Baixos (17,2%).
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