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Retomada traz pressões inflacionárias, diz BC
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O Banco Central aproveitou
a divulgação de mais um documento para fazer novos alertas
em relação ao aumento da inflação no país. Nas últimas semanas, a instituição vem dando
sinais de que deve aumentar,
em breve, a taxa básica de juros,
que segue inalterada desde julho do ano passado em 8,75%
ao ano. A expectativa dos economistas é que os juros subam
a partir de abril.
De acordo com o Boletim Regional divulgado ontem pelo
BC, a retomada do crescimento
econômico em todas as regiões
do país está sendo acompanhada pelo "recrudescimento das
pressões inflacionárias".
Segundo o BC, esse processo
de aumento da inflação requer
"atitude vigilante por parte da
autoridade monetária", já que
pode sinalizar "tendência de
desvio" em relação à meta fixada pelo governo. A instituição
cita, em especial, o Norte e o
Centro-Oeste, que apresentaram inflação mais alta que outras regiões nos últimos 12 meses, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
O relatório traz expectativas,
sem números, para o desempenho da economia nessas regiões em 2010 e dados para o
trimestre encerrado em novembro de 2009. Nesse período, Sul e Sudeste foram os que
mais cresceram em relação ao
trimestre anterior, acima de
2,5%. Isso se deve ao fato de as
duas regiões terem sido mais
afetadas pela crise econômica,
devido ao impacto da desaceleração mundial sobre o setor industrial. Agora, recuperam-se
mais rápido.
Crise
De acordo com o boletim do
BC, o Centro-Oeste e o Nordeste tiveram desempenhos econômicos que ajudaram a atenuar os efeitos da crise global
no Brasil em 2009. As duas regiões foram as que sofreram
menor impacto com a crise.
O diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita,
disse que o desempenho do setor de serviços no país também
foi importante para barrar o
avanço dos efeitos da crise.
Segundo o Boletim Regional
do BC, as transferências do governo federal para programas
sociais, como o Bolsa Família,
ajudaram a economia do Nordeste a liderar as variações positivas registradas em 2009.
Cerca de 50% dos recursos do
Bolsa Família ficam com a região. No Centro-Oeste, o agronegócio e a estabilização do
gasto público em Brasília ajudaram na expansão.
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