São Paulo, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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Retomada traz pressões inflacionárias, diz BC

EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O Banco Central aproveitou a divulgação de mais um documento para fazer novos alertas em relação ao aumento da inflação no país. Nas últimas semanas, a instituição vem dando sinais de que deve aumentar, em breve, a taxa básica de juros, que segue inalterada desde julho do ano passado em 8,75% ao ano. A expectativa dos economistas é que os juros subam a partir de abril.
De acordo com o Boletim Regional divulgado ontem pelo BC, a retomada do crescimento econômico em todas as regiões do país está sendo acompanhada pelo "recrudescimento das pressões inflacionárias".
Segundo o BC, esse processo de aumento da inflação requer "atitude vigilante por parte da autoridade monetária", já que pode sinalizar "tendência de desvio" em relação à meta fixada pelo governo. A instituição cita, em especial, o Norte e o Centro-Oeste, que apresentaram inflação mais alta que outras regiões nos últimos 12 meses, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O relatório traz expectativas, sem números, para o desempenho da economia nessas regiões em 2010 e dados para o trimestre encerrado em novembro de 2009. Nesse período, Sul e Sudeste foram os que mais cresceram em relação ao trimestre anterior, acima de 2,5%. Isso se deve ao fato de as duas regiões terem sido mais afetadas pela crise econômica, devido ao impacto da desaceleração mundial sobre o setor industrial. Agora, recuperam-se mais rápido.

Crise
De acordo com o boletim do BC, o Centro-Oeste e o Nordeste tiveram desempenhos econômicos que ajudaram a atenuar os efeitos da crise global no Brasil em 2009. As duas regiões foram as que sofreram menor impacto com a crise.
O diretor de Política Econômica do BC, Mário Mesquita, disse que o desempenho do setor de serviços no país também foi importante para barrar o avanço dos efeitos da crise.
Segundo o Boletim Regional do BC, as transferências do governo federal para programas sociais, como o Bolsa Família, ajudaram a economia do Nordeste a liderar as variações positivas registradas em 2009. Cerca de 50% dos recursos do Bolsa Família ficam com a região. No Centro-Oeste, o agronegócio e a estabilização do gasto público em Brasília ajudaram na expansão.


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