São Paulo, terça-feira, 12 de março de 2002

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COLAPSO NA ARGENTINA

Dólar vai a 2,35 pesos, novo recorde

No Brasil, moeda americana fechou valendo R$ 2,35

FABRICIO VIEIRA
DE BUENOS AIRES

O dólar bateu o segundo recorde consecutivo no mercado argentino. A alta de 3,1% registrada ontem empurrou o preço da moeda dos EUA para 2,35 pesos. As promessas e ameaças do governo, que diz ter condições de controlar o preço do dólar, não assustam mais os investidores.
Com a alta de ontem, peso e real ficaram com a mesma cotação: no mercado brasileiro, o dólar também fechou o dia cotado a 2,35, mas em reais.
A partir de quinta-feira da semana passada, o dólar iniciou uma escalada ininterrupta, após três dias de estabilidade no mercado argentino. Naquele dia, a moeda norte-americana fechou em 2,25 pesos.
Na sexta-feira, o dólar encerrara os negócios do dia cotado a 2,28 pesos, com alta de 1,3% sobre o dia anterior -então recorde desde a liberação do mercado de câmbio.
Como a expectativa no mercado é a de que as negociações para a liberação de um pacote de ajuda financeira pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) ainda vão levar tempo, os analistas não acreditam em intervenções mais ousadas no câmbio por parte do Banco Central argentino.
O governo já afirmou que parte dos recursos que receber do FMI servirá para fortalecer as reservas internacionais e dar mais poder de fogo para as intervenções.
Operadores do mercado afirmaram que o BC ligou para mesas de câmbio para pedir as taxas praticadas e poderia ter vendido, não mais que US$ 10 milhões, a algumas instituições financeiras.

Pessimismo
A equipe econômica apresentou aos técnicos do Fundo projeções de um cenário bem mais negativo do que o previsto no Orçamento para este ano, com uma inflação de 22% e uma queda no PIB de 8,9%, segundo a agência de notícias "Dyn".
O chefe da missão do Fundo no país, Anoop Singh, advertiu ontem os governadores, com os quais teve uma reunião à tarde, que, se a inflação sair fora de controle, a Argentina "se tornará um país inviável".

Marchas
Marchas de desempregados partiram ontem de 12 Províncias para reivindicar postos de trabalho e programas sociais.
Na sexta-feira, as diferentes marchas devem se reunir na praça de Maio, no centro de Buenos Aires, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino.



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