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COLAPSO NA ARGENTINA
Dólar vai a 2,35 pesos, novo recorde
No Brasil, moeda americana fechou valendo R$ 2,35
FABRICIO VIEIRA
DE BUENOS AIRES
O dólar bateu o segundo recorde consecutivo no mercado argentino. A alta de 3,1% registrada
ontem empurrou o preço da moeda dos EUA para 2,35 pesos. As
promessas e ameaças do governo,
que diz ter condições de controlar
o preço do dólar, não assustam
mais os investidores.
Com a alta de ontem, peso e real
ficaram com a mesma cotação: no
mercado brasileiro, o dólar também fechou o dia cotado a 2,35,
mas em reais.
A partir de quinta-feira da semana passada, o dólar iniciou
uma escalada ininterrupta, após
três dias de estabilidade no mercado argentino. Naquele dia, a
moeda norte-americana fechou
em 2,25 pesos.
Na sexta-feira, o dólar encerrara
os negócios do dia cotado a 2,28
pesos, com alta de 1,3% sobre o
dia anterior -então recorde desde a liberação do mercado de
câmbio.
Como a expectativa no mercado
é a de que as negociações para a liberação de um pacote de ajuda financeira pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) ainda vão levar tempo, os analistas não acreditam em intervenções mais ousadas no câmbio por parte do
Banco Central argentino.
O governo já afirmou que parte
dos recursos que receber do FMI
servirá para fortalecer as reservas
internacionais e dar mais poder
de fogo para as intervenções.
Operadores do mercado afirmaram que o BC ligou para mesas
de câmbio para pedir as taxas praticadas e poderia ter vendido, não
mais que US$ 10 milhões, a algumas instituições financeiras.
Pessimismo
A equipe econômica apresentou
aos técnicos do Fundo projeções
de um cenário bem mais negativo
do que o previsto no Orçamento
para este ano, com uma inflação
de 22% e uma queda no PIB de
8,9%, segundo a agência de notícias "Dyn".
O chefe da missão do Fundo no
país, Anoop Singh, advertiu ontem os governadores, com os
quais teve uma reunião à tarde,
que, se a inflação sair fora de controle, a Argentina "se tornará um
país inviável".
Marchas
Marchas de desempregados
partiram ontem de 12 Províncias
para reivindicar postos de trabalho e programas sociais.
Na sexta-feira, as diferentes
marchas devem se reunir na praça de Maio, no centro de Buenos
Aires, em frente à Casa Rosada,
sede do governo argentino.
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