FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Itaú encerrou 2002 com o segundo maior lucro líquido acumulado no período entre os maiores bancos que operam no país. Mas o resultado representou um pequeno recuo em relação ao ano anterior.
O lucro líquido de R$ 2,377 bilhões obtido pelo Itaú foi 0,54% inferior ao resultado de 2001. Apenas o Banespa conseguiu um lucro maior em 2002.
Entre os motivos que afetaram o resultado do Itaú está a aquisição do banco BBA-Creditanstalt, em novembro, uma operação de aproximadamente R$ 3,3 bilhões. O aumento das provisões para credores duvidosos também teve impacto negativo no resultado.
O presidente do Itaú, Roberto Setúbal, disse que 2002 foi marcado pelas restrições de linhas de crédito para o Brasil, devido às incertezas com relação à sucessão presidencial. Essas incertezas provocaram também fortes variações no câmbio e aumento dos juros.
Para este ano, Setúbal disse ser difícil fazer previsões, principalmente com a possibilidade de guerra entre Estados Unidos e Iraque. Ele disse, porém, que o banco manterá sua política de aquisições e avaliará as oportunidades que gerem lucro aos acionistas minoritários.

Cautela
Como os outros grandes bancos, o Itaú foi bastante cauteloso no ano passado. A provisão para devedores duvidosos aumentou 77% em relação ao ano anterior, alcançando os R$ 2,566 bilhões.
Esse aumento da provisão aconteceu apesar de o banco manter um elevado nível de qualidade de sua carteira de crédito, 78,9% da qual classificada como "AA", "A" e "B", conceitos que representam menor risco. Já os índices de inadimplência na participação dos valores vencidos sobre o total recuaram de 5% para 4,6%.
Quanto à base de clientes, a expectativa, segundo o presidente da instituição, é obter um crescimento de aproximadamente 7% no total, que atingiu 13,5 milhões ao final do ano passado, considerando todas as categorias de serviços fornecidos pelo banco.
Outros grandes bancos também tiveram em 2002 resultados um pouco inferiores ao ano anterior. O lucro líquido do Bradesco, por exemplo, foi 6,8% menor no ano passado em relação a 2001.
O destaque entre as instituições financeiras no ano passado foi o Banespa. O banco, comprado pelo Santander em 2000, encerrou 2002 com um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões, 158% superior ao registrado no ano anterior.