São Paulo, sábado, 12 de março de 2005

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MERCADO ABERTO

Gol nega concorrência predatória

O presidente da Gol, Constantino Júnior, não considera concorrência predatória a redução das tarifas promovida pela empresa durante a semana. "Nós reduzimos os preços das passagens ao mesmo tempo em que apresentamos as melhores margens operacionais do mercado, e as pessoas dizem que fazemos concorrência predatória. É um absurdo isso."
Sobre os problemas enfrentados por clientes que não conseguem comprar passagens, Júnior atribui ao excesso de procura, e não à baixa oferta de assentos. "Isso de seis assentos por vôo que os analistas citam é mentira."
O presidente da Gol afirma ser inviável anunciar a quantidade exata de assentos por questões operacionais. "Teríamos de divulgar um calhamaço com mais de 5.000 tarifas diferenciadas."
Constantino defendeu a posição do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, sobre a necessidade de haver concorrência no setor aéreo. "O Palocci tem toda razão. O governo deve se preocupar com a saúde das empresas, mas deve permitir que haja concorrência no setor aéreo para ampliar a base de usuários."
O presidente da Gol disse que "a Varig continua sendo nossa concorrente" e negou pensar em comprar a companhia. A crise da Varig, no entanto, poderá trazer benefícios para a Gol.
"Não acho que a Varig vá parar de voar em pouco tempo, mas acho que ela diminuirá de tamanho e se concentrará no mercado do Sul e do Sudeste e que irá abrir mão do Norte e do Nordeste", diz Júnior. Nessas duas regiões, Constantino espera absorver as fatias de mercado da Varig.
A participação de mercado da Gol, no ano passado, ficou praticamente estável. Segundo Constantino, isso ocorreu devido ao baixo potencial de aumento da oferta de assentos pela empresa. Já para 2005, ele diz ter solucionado essa questão com a chegada de novas aeronaves. A frota total, até julho, será de 36 aviões.

SEM PAPELADA
Guido Mantega (BNDES) informou a Osmar Zogbi (associação das empresas de papel e celulose) medidas para agilizar a liberação de recursos para o setor. Com as mudanças, as empresas poderão deixar programado o financiamento de todo o ciclo de expansão e não precisarão entrar com um novo pedido para cada nova etapa dos projetos.

QUEM AVISA...
Antes do anúncio oficial, o Citibank avisou a alguns ministros do governo que iria afastar Daniel Dantas do comando do fundo CVC internacional, que controla a Brasil Telecom. Um funcionário do banco americano de Nova York esteve há algumas semanas em Brasília para esse fim. Coincidência ou não, logo depois "gelaram" as conversas do governo com Dantas.

ESTÁGIO AVANÇADO
A contratação de estagiários intermediada pelo CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) bateu um recorde diário. O número de contratações chegou a 1.063 em um único dia.

APOSTA NA PÁSCOA
A Kraft Foods, dona da Lacta, reforçou em mais 20% a verba total de marketing para a Páscoa. Na terça, colocará no ar mais dois novos filmes para divulgar a linha de ovos Trakinas.

BOLADA
As loterias da Caixa Econômica Federal atingiram neste ano a melhor arrecadação já registrada nos meses de fevereiro. As vendas de bilhetes bateram a marca de R$ 313 milhões -valor 29% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado. Até hoje, o melhor resultado para um mês de fevereiro tinha sido o do ano passado, quando a arrecadação total das loterias atingira R$ 242,8 milhões.

ENCHENDO O BALDE
O potencial de crescimento do mercado brasileiro de tintas tem levado as empresas a investimentos recorde. "A Tintas Coral anunciou que investirá R$ 55 milhões neste ano, contra R$ 50 milhões em 2004. E a Sherwin-Williams passará dos R$ 6 milhões investidos em 2004 para R$ 12 milhões neste ano", afirma Dilson Ferreira, presidente da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas).

DESTAQUES DA SEMANA

A MAIOR ALTA
16,39%

foi a valorização acumulada nesta semana pelas ações ordinárias da Brasil Telecom Participações, a maior alta entre os 53 papéis da Ibovespa

A MAOR QUEDA
-11,27%
foi a perda acumulada nesta semana pelas ações preferenciais da Tele Centro Oeste, a maior queda entre os 53 papéis da Ibovespa

O IBOVESPA
-3,85%

foi a desvalorização do Ibovespa na semana encerrada ontem; o índice começou na segunda com 29.197 pontos e encerrou aos 28.074 ontem

DESEMPENHO
37

papéis dos 53 que compõem o índice Ibovespa encerraram a semana com queda acumulada, e 16 registraram alta

EM 2005
7,17%

é o ganho acumulado pelo Ibovespa em 2005, abaixo do registrado na ano passado inteiro, quando a valorização foi de 17,8%


GUILHERME BARROS, com Marcelo Pinho e Marcelo Sakate
@ - guilherme.barros@uol.com.br


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