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Alencar rejeita intervenção e fala em solução de mercado para Varig
ANA PAULA GRABOIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Após admitir anteontem a possibilidade de intervenção do governo na Varig, o vice-presidente
e ministro da Defesa, José Alencar, voltou atrás ontem e disse que
o governo busca uma "solução de
mercado" para a empresa aérea,
como defendera o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. A Varig
tem uma dívida de R$ 9 bilhões.
"O Estado não deseja fazer nenhuma intervenção. O que o Estado deseja é uma solução de mercado, buscada através de entendimentos negociais da empresa
com candidatos a operá-la", disse
Alencar ontem, após proferir uma
aula magna na Escola do Estado
Maior do Exército.
O vice-presidente afirmou ainda que o governo "abençoaria"
uma solução feita entre empresas
privadas, mas que isso não significaria necessariamente uma ajuda
financeira por meio do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Um
dos interessados pela Varig é o
grupo português Pestana, do setor hoteleiro, que pode adquirir
até 20% de seu capital.
Ele afirmou ainda que nenhuma ação do governo poderia privilegiar uma única empresa.
"Quando o governo oferece tratamento diferenciado a uma empresa, isso é motivo de crítica porque ele não pode fazer isso. Ou somos uma economia de mercado
ou não somos. E o Brasil é uma
economia de mercado. As decisões devem ser empresarias, e não
paternalistas", disse ele.
Do total da dívida da Varig, cerca de dois terços são com o governo. A empresa negocia um abatimento da dívida com a União e
tem com o apoio de Alencar. A
Varig ganhou no STJ (Superior
Tribunal de Justiça) o direito de
receber da União cerca de R$ 3 bilhões referentes a perdas com o
congelamento de preços de passagens entre 1985 e 1992. A AGU
(Advocacia Geral da União), obrigada juridicamente a recorrer da
decisão, é resistente ao acordo.
Ontem, a Varig divulgou uma
nota de repúdio ao pedido de intervenção federal feito anteontem
por parlamentares gaúchos a
Alencar. A empresa considera o
pedido "incompreensível" porque "vem honrando seus compromissos, alcançando índices
operacionais entre os melhores da
indústria e trabalhando com todo
empenho na busca de uma solução definitiva para a companhia".
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