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FINANÇAS
Entre dias 3 e 9 de março, entraram US$ 498 mi
Fundos com dívida de emergentes têm melhor semana desde 2001
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fundos que detêm títulos da
dívida de países emergentes tiveram a melhor semana em quatro
anos. A afirmação é da Emerging
Portfolio, uma consultoria que
monitora a movimentação de
fundos de ações e de dívidas públicas com uma carteira total estimada em US$ 3 trilhões.
De acordo com a consultoria
americana, houve uma entrada de
fluxos de US$ 498 milhões para os
emergentes na semana terminada
em 9 de março. "Os fundos com
aplicações em mercados emergentes têm registrado toda a sorte
de recordes de entrada de recursos ultimamente. Essa semana foi
a vez dos fundos com aplicações
em títulos da dívida. Quando o
nosso monitoramento semanal
começou, em 2001, o influxo semanal era de somente US$ 393
milhões", disse Brad Durham, diretor da Emerging Porftolio.
Na avaliação de Durham, há a
possibilidade de essa ter sido a
melhor semana desde 1995, mas,
à época, a consultoria fazia um
controle com base mensal.
A maior parte dos fluxos registrados nessa semana se destinou
para os emergentes europeus. Pelo menos dois entre os três fundos
com grandes alocações de recursos na semana foram aqueles com
investimentos em títulos da dívida denominados em moeda local.
Isso parece corroborar a tendência dos investidores de procurar
se afastar de papéis denominados
em dólar.
"Default" de títulos
Apesar de o apetite dos investidores ser guiado pelo interesse
por retornos mais elevados, as
avaliações concedidas pelas agências de risco também pesam.
Em relatório anual divulgado
ontem, a agência de risco Standard & Poor's quantificou estatisticamente as chances de um país
considerado "investment grade"
decretar moratória em relação a
um país na categoria de "grau especulativo".
Segundo o estudo, ao longo das
últimas três décadas, em média,
1,6% dos países "investment grade" mapeados pela agência deram o calote de sua dívida. Entre
os países em "grau especulativo",
33% decretaram moratória.
"Apesar de a amostra de "ratings" [notas de crédito] ser pequena, o estudo demonstra a capacidade de previsão das nossa
avaliações", disse John Chambers, diretor do Grupo de "Ratings" Soberanos da S&P.
Entre os países em "grau de investimento" que decretaram moratória está o Uruguai. Em janeiro
de 2002, o país foi avaliado com a
nota "BBB-", nível inicial de "investment grade". Em maio de
2003, decretou moratória. No caso da Argentina, que decretou
moratória em 2001, entre a data
de sua melhor avaliação ("BB") e
a data do "default" transcorreram
372 dias. "Os "ratings" soberanos
tornam-se progressivamente
mais estáveis nos níveis mais altos", diz a S&P.
O estudo avalia a incidência de
moratórias em títulos governamentais de 107 países entre os
anos de 1975 e 2004.
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