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Comércio com AL tem pouco peso
DE PEQUIM
Mesmo com o crescimento espetacular dos últimos quatro
anos, as transações comerciais
entre América Latina e China têm
um peso pequeno no total de exportações e importações do país
asiático.
Em 2004, os produtos latino-americanos representaram apenas 3,9% das compras feitas pelos
chineses em todo o mundo. O
percentual só é maior que os registrados pela Oceania e África:
2,4% e 2,8%, respectivamente.
"A China, na condição de principal potência ascendente do
mundo, tem o objetivo de estar
presente em todos os lugares",
observa o embaixador do Brasil
em Pequim, Luiz Augusto de Castro Neves.
A maior parte das relações comerciais da China se concentra
em seus vizinhos. Dos US$ 561,4
bilhões importados pelo país em
2004, 65,8% vieram da Ásia. Em
seguida, aparecem Europa
(15,9%), América do Norte
(9,3%), América Latina (3,9%),
África (2,8%) e Oceania (2,4%).
A proporção muda quando se
analisam as exportações chinesas,
que somaram US$ 593,4 bilhões
em 2004, valor superior ao do PIB
brasileiro. O maior parceiro continua a ser a Ásia, com 49,8% do
total. Mas a América do Norte sobe para o segundo lugar, com
22,5%, de acordo com dados chineses. No restante do ranking
aparecem Europa (20,6%), América Latina (3,1%), África (2,3%) e
Oceania (1,7%).
Perspectiva latino-americana
Mas, quando olhado da perspectiva dos países latino-americanos, o peso da China é maior. A
soma das importações e exportações entre o país asiático e o Brasil
no ano passado foi de US$ 9,15 bilhões, segundo cálculo do lado
brasileiro, e US$ 12,3 bilhões, pelas contas chinesas. A discrepância é decorrente de diferentes metodologias para considerar valores e datas de embarques.
Considerado o número brasileiro, o comércio bilateral ficou em
terceiro lugar, atrás de Estados
Unidos e Argentina, e representou 5,7% do total. No caso do Chile, as exportações para a China somaram 9,0% do total.
Apesar da crescente proximidade dos chineses com vários países
da América Latina, o embaixador
Castro Neves afirma que o Brasil é
o mais importante parceiro estratégico da China na região.
As estatísticas chinesas mostram que, entre os latino-americanos, o Brasil foi o principal fornecedor da China em 2004, com
US$ 8,7 bilhões, ou 4,0% do total
de importações do país.
A China é o principal destino
das exportações brasileiras de soja, com vendas de 6 milhões de toneladas em 2004. Também é o
maior comprador da Vale do Rio
Doce, que está prestes a começar a
construção de uma siderúrgica no
Maranhão em parceria com a
Baosteel, líder na produção de aço
na China. O investimento é estimado em US$ 2 bilhões.
A Companhia Vale do Rio Doce
negocia ainda investimento conjunto no Brasil com Chalco (Aluminum Corporation of China),
para transformação de bauxita
em alumínio.
(CLÁUDIA TREVISAN)
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