São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAIBA MAIS

Eletronet é rede nacional de fibras ópticas

DA REPORTAGEM LOCAL

A Eletronet, empresa controlada pela Lightpar até a sua falência, em maio de 2003, foi criada com a ambição de implantar uma rede nacional de fibras ópticas construída sobre a infra-estrutura de transmissão de energia das controladas da Eletrobrás -Chesf, Furnas, Eletrosul e Eletronorte.
No auge da "bolha da internet", em 1999, foi montada uma rede de 16.000 km de fibras ópticas ligando vários Estados do país. Os cabos foram apoiados sobre as linhas de transmissão de energia e estão lá até hoje.
O sistema interliga 12 das mais importantes regiões metropolitanas do país, atendendo cerca de 50% da população. Todo o monitoramento da rede nacional de distribuição de energia elétrica é feito hoje por esse sistema.
Segundo o síndico da massa falida da Eletronet, Isaac Zveiter, a empresa sofreu do mesmo mal que outros empreendimentos daquela fase da "bolha da internet": superdimensionou resultados futuros sem se preocupar tanto com custos presentes.
O empreendimento tinha a participação de 51% da americana AES e 49% da Lightpar, que detinha o controle por ter o "direito de passagem" da rede por meio das geradoras e transmissoras da Eletrobrás.
"A Eletronet quebrou como quebrou a Nasdaq. À época, tudo foi comprado caro e superdimensionado", afirma.
Segundo Zveiter, os 16.000 km de cabos foram adquiridos da empresa japonesa Furukawa, que prometera trazer financiamentos de longo prazo para o negócio, o que acabou não acontecendo.
Ainda hoje, o síndico da falência e a Furukawa discutem na Justiça um passivo de R$ 600 milhões deixado pela empresa. Procurado, um representante da Furukawa no banco Pactual não respondeu às ligações da reportagem.
Com a estrutura física da Eletronet montada e em funcionamento, Zveiter diz que tenta sanear a empresa e resolver o problema do endividamento. Quer transformá-la em "noiva" para alguma companhia de telefonia. Nesse processo, o quadro de funcionários já foi enxugado de 120 para 60.
Outra idéia em estudo é utilizar a rede para transmissão de dados de empresas do setor público e de áreas relacionadas à educação. (FCZ)


Texto Anterior: Gasto público/Outro lado: Presidente da Lightpar defende estrutura
Próximo Texto: Luís Nassif: Questão de estatura
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.