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Fed libera até US$ 200 bi e anima Bolsas
Mercados americanos têm a maior alta em mais de 5 anos, após ação conjunta para aumentar liquidez e aliviar aperto no crédito
BC dos EUA fará leilões de até US$ 200 bi em que aceitará ativos "subprime" como garantia por títulos do Tesouro norte-americano
Martin Oeser/France Presse
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Pregão da Bolsa de Valores de Frankfurt (Alemanha); novo pacote de estímulo reduziu perdas recentes nos mercados globais
DA REDAÇÃO
O Fed (Federal Reserve, o BC
dos Estados Unidos), em ação
conjunta com outros bancos
centrais, anunciou mais uma
série de medidas para injetar liquidez nos mercados financeiros e aliviar o aperto no crédito.
A decisão animou as Bolsas, especialmente as norte-americanas, que tiveram a sua maior alta em mais de cinco anos.
O programa do BC americano prevê leilões semanais para
instituições financeiras de até
US$ 200 bilhões em títulos do
Tesouro dos EUA, considerados os mais seguros do mundo,
e aceitará como garantia até os
arriscados títulos lastreados
em hipotecas "subprime" (para
pessoas com histórico ruim de
pagamento), que são a origem
da crise atual.
Pelo programa, os bancos poderão oferecer esses títulos arriscados, evitados pelos investidores, em troca de dinheiro ou
de títulos do Tesouro americano, seguros e facilmente negociados. O prazo de vigência desses empréstimos será estendido para 28 dias -a duração até
então era de algumas poucas
horas. O primeiro leilão está
marcado para o próximo dia 27.
Depois de três pregões seguidos de baixa, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, subiu 3,55% (ou 416,66
pontos) -o maior aumento em
pontos desde 29 de julho de
2002 e, em percentual, desde 17
de março do ano seguinte.
O dia também foi positivo para a Nasdaq (de empresas de
tecnologia), que teve a maior
alta em cinco anos (3,98%), e
para o S&P 500, que subiu
3,71% -a maior em quase seis
anos. Os índices, porém, continuam no negativo no ano. No
Brasil, a Bovespa subiu 3,95%.
Mesmo com os últimos cortes na taxa de juros básica pelo
Fed, os bancos continuam dificultando os empréstimos para
consumidores e empresas.
Com as medidas de ontem, o
banco central dos EUA espera
facilitar os empréstimos, o que
ajudaria a movimentar a economia do país. Desde setembro
de 2007, o Fed já reduziu em
2,25 pontos percentuais, para
3%, os juros básicos. A sua próxima reunião está marcada para a semana que vem.
As ações de ontem indicam
que o Fed está preocupado com
a fuga dos investidores dos títulos hipotecários, o que pode aumentar os problemas no mercado imobiliário e a desaceleração da economia -em um momento em que os EUA tentam
evitar uma recessão, que seria a
primeira em sete anos.
Funcionários do Fed dizem
acreditar que bancos que podem recorrer aos empréstimos,
como Goldman Sachs, Bear
Stearns e Merrill Lynch, vão
emprestar, em troca de dinheiro, os títulos do Tesouro para
outras instituições, o que melhoraria suas contas.
O Fed também aumentou o
valor disponível numa linha de
crédito para que bancos centrais estrangeiros possam usá-la em empréstimos para instituições de seus países. Para o
BCE (Banco Central Europeu),
o montante passou de US$ 20
bilhões para US$ 30 bilhões. O
aumento para o BC suíço foi de
US$ 2 bilhões para US$ 6 bilhões. O Banco da Inglaterra (o
banco central britânico) e o BC
canadense também realizarão
leilões nos próximos dias.
Foi a segunda vez nos últimos três meses em que esses
bancos centrais realizam ações
coordenadas para aliviar o
aperto no crédito financeiro.
Em dezembro, essas entidades anunciaram medidas, como a realização de leilões, para
elevar o volume de dinheiro
que emprestam a bancos.
Mas o aperto financeiro segue, com rumores de dificuldades graves em bancos importantes como o Bear Stearns e a
divulgação de dados apontando
para uma recessão na maior
economia global.
E, embora a alta das Bolsas
possa ser interpretada como
um tentativo voto de confiança
no Fed, os analistas mantêm a
cautela: "A ação do Fed nos traz
de volta aonde estávamos há
três dias. Temos ainda muito a
percorrer", disse David Kovacs,
da Turner Investment.
Com agências internacionais
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