São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2008

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Venda on-line movimenta R$ 6,3 bi em 2007

Crescimento em 2007 em relação a 2006 foi de 43,2%; número de consumidores aumentou 35,7% no mesmo período

Títulos de CD, DVD e vídeo caíram da segunda para a sétima posição entre os mais vendidos por causa da facilidade de download

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

Ao final de 2007, 9,5 milhões de consumidores já haviam feito pelo menos uma compra pela internet, 35,7% a mais do que em 2006, segundo levantamento da consultoria e-bit. Nesse comparativo, a movimentação do comércio eletrônico cresceu 43,2%, para R$ 6,3 bilhões.
Já o varejo convencional teve expansão de 11,8% na receita nominal. As compras on-line, segundo estimativas do setor, já representam cerca de 3% das vendas totais do comércio.
Um dos motivos a favor da web é o aumento do número de brasileiros navegando na rede. De acordo com o Ibope/NetRatings, em 2000 eram cerca de 9,8 milhões. Agora são 39 milhões -e 24,4% deles já são consumidores "virtuais". Segundo Pedro Guasti, diretor-geral da e-bit, nos EUA esse patamar ultrapassa os 70%.
Além do mercado mais maduro, o consultor Marcos Gouvêa de Souza lembra que os norte-americanos aprenderam a comprar sem tocar os produtos devido às vendas por catálogo, modalidade com poucos adeptos no Brasil, onde o "aprendizado" vem pela web.
Para Guasti, quem está mais perto de começar a comprar pela rede são os usuários de internet banking porque, além de terem acesso a um computador, estão em uma faixa de renda pelo menos razoável, já que têm conta em banco, maior probabilidade de possuir cartão de crédito e já venceram o medo inicial da segurança dos dados colocados na web.
Gerson Rolim, diretor-executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, destaca ainda que o crescimento nas classes A e B será orgânico, ou seja, apenas acompanhará o aumento da população nessa faixa, pois a maior parte dela já aderiu às compras on-line.
Os consumidores que vão manter o nicho em alta são os das classes C e D, que ainda estão descobrindo esse canal.
As mulheres estão ampliando sua participação e passaram de 43% (2006) para 46% dos compradores. Com isso, diz Rolim, muda o perfil de consumo, com alta nas vendas de vestuário, calçados e saúde e beleza. O levantamento não considera as vendas de veículos, passagens e pacotes de turismo e leilões.

Fim dos CDs
Na divisão dos produtos pesquisados, CDs, DVDs e vídeos caíram da segunda posição em 2006 para a sétima em 2007. Isso mostra, segundo Guasti, que "a mídia vem deixando de ser a razão desse mercado" devido à facilidade de download, principalmente de músicas.
Livros, revistas e jornais continuam no topo da lista, na qual vem aumentando a participação de produtos com maior valor agregado, como itens de informática, eletrônicos e celulares, que apresentaram queda de preço com a desvalorização do dólar em relação ao real.
Em 2007, os preços dos produtos em geral vendidos on-line tiveram redução de 3,53%.
Para este semestre, a previsão é manter o ritmo de crescimento em 45%, com R$ 3,8 bilhões em receita, e alcançar 10,5 milhões de consumidores.


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