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Mercado vê concorrência diminuir no leilão da Cesp
Sem estatais, expectativa é que haja só 2 consórcios
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A retirada de empresas estatais da competição e a desistência de grupos estrangeiros e nacionais no leilão da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) decepcionaram ontem o
mercado financeiro, que viu diminuir a concorrência pela geradora paulista. Dos 13 interessados, só 5 enviaram os documentos para seguir na disputa.
A expectativa agora é que só
dois consórcios sejam formados para disputar a companhia,
cujo controle vai a leilão no
próximo dia 26, pelo preço mínimo de R$ 6,6 bilhões.
Pela primeira vez, analistas
cogitaram a possibilidade de
formação de apenas um consórcio, que incluiria antigas rivais como a CPFL Energia, distribuidora de eletricidade no
interior de São Paulo, e a Suez/
Tractebel, dona da Gerasul, a
maior geradora privada do país.
Sem estatais como Cemig,
Copel e Eletrobrás, os grupos
interessados teriam perdido a
"cola" institucional para a formação de mais consórcios.
Com uma disputa menor, deve diminuir também o ágio sobre o preço mínimo e, conseqüentemente, o prêmio oferecido aos acionistas minoritários que também quiserem
vender suas ações. Em dia de
alta de 3,95% da Bovespa, os
papéis PNB da Cesp caíram
3,45%, a R$ 44,80. No leilão, a
ação sairá por R$ 49,75.
O analista Fernando Abdalla,
do Unibanco, é um dos mais
pessimistas em relação ao leilão. Abdalla acredita que apenas um consórcio seja formado,
com a participação de Suez/
Tractebel e CPFL. "Temos insistido na possibilidade de um
consórcio único formado por
Tractebel, Neoenergia e CPFL
Energia. Na nossa opinião, esse
cenário é compatível com o interesse comum das empresas.
Enfraqueceria a competição,
tornando improvável um prêmio sobre o preço mínimo da
Cesp, diminuindo os aportes
necessários para comprar a
companhia", disse Abdalla.
Para Marco Franklin, da Paraty Investimentos, o fato de só
cinco empresas continuarem
na disputa não significa um interesse menor pela Cesp. Isso
porque empresas como Cemig,
Light, Enel/Endesa, que não
entregaram a documentação,
podem se associar como minoritárias nos consórcios. "Quando se olha o leilão do Rodoanel,
vemos que há compradores para ativos brasileiros mesmo
com essas taxas de desconto. Se
isso se replicar na Cesp, será
um sucesso. No limite, podemos ter até cinco consórcios.
Ver diminuição da concorrência é uma conclusão simplista."
Procuradas pela Folha, a
CPFL Energia e a Suez/Tractebel não se pronunciaram.
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