São Paulo, quarta-feira, 12 de março de 2008

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Rodoanel tem deságio de 61% no pedágio

Consórcio liderado pela CCR vence leilão com tarifa de R$ 1,17 (teto era de R$ 3) além dos R$ 2 bilhões pela outorga

Valor do pedágio deve ser reajustado pelo IPCA já em julho, antes mesmo de início da cobrança, no final do ano

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Consórcio Integração Oeste, encabeçado pela CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias), venceu ontem o leilão do trecho Oeste do Rodoanel, oferecendo o menor valor do pedágio para operar os 32 quilômetros de extensão que cortam as rodovias Raposo Tavares, Castello Branco, Anhangüera, Bandeirantes e Régis Bittencourt.
A CCR, em parceria com o grupo Encalso Construções, propôs tarifa de R$ 1,1684 para administrar o Rodoanel -o valor representa 61% de deságio sobre o teto de R$ 3 estipulado pelo governo de São Paulo.
"A nossa expectativa era que [o pedágio] ficasse abaixo de R$ 2, mas não contávamos que chegasse a R$ 1,16. Foi um resultado extremamente satisfatório", afirmou o vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman. Para a concessão do Rodoanel, o governo de são Paulo combinou o valor da outorga, de R$ 2 bilhões, com a menor tarifa de pedágio.
Embora tenha apresentado a melhor proposta, o consórcio ainda depende da aprovação da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) para ser proclamado vencedor. O processo deve levar 20 dias.
"O Rodoanel é importante para nós porque tem uma sinergia muito grande com o nosso negócio", afirmou Renato Vale, presidente da CCR. A companhia já administra as rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Anhangüera e Bandeirantes. "Esse é um projeto que não tem risco de investimento nem risco de tráfego, porque o tráfego já está dado", acrescentou. Pelo Rodoanel, passam 145 mil veículos por dia.
Uma vez habilitado, o consórcio passará a cobrar pedágios no trecho Oeste do Rodoanel a partir de novembro ou dezembro, seis meses após a assinatura do contrato de administração, afirmou o secretário de Estado dos Transportes, Mauro Arce.
O valor-base da cobrança, de R$ 1,1684, sofrerá o primeiro reajuste em julho deste ano -antes portanto de entrar em vigor-, ao ser acrescido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do período. De acordo com o secretário dos Transportes, o acréscimo deve girar entre 4,5% e 5%.
Serão ao todo 13 postos de cobrança instalados nas saídas para as rodovias. "Assim, o usuário pagará somente uma vez", disse Vale.
Com a proposta, a CCR desbancou a empresa espanhola OHL, principal vencedora do leilão das rodovias federais, ocorrido em outubro passado. Para o Rodoanel, a OHL ofereceu tarifa de R$ 2,2807.
Também participaram do leilão a BRVias, a construtora Queiroz Galvão, a Odebrecht e Equipav.

Investimentos e outorga
Antes da primeira cobrança de pedágio, o Consórcio Integração Oeste terá de começar a investir na melhoria do trecho.
A concessão do Rodoanel prevê investimentos da ordem de R$ 804 milhões, a serem executados durante os 30 anos de concessão. Só no primeiro ano, a empresa deve investir cerca de R$ 100 milhões.
Os primeiros investimentos serão aplicados na melhoria do trecho, como recuperação de marginais e melhorias nos acessos e no pavimento do Rodoanel.
Já o valor da outorga, estipulado em R$ 2 bilhões, deverá ser pago ao Estado em um prazo de dois anos. Os recursos serão utilizados para o financiamento dos trechos Sul, cujas obras estão em andamento, e Leste, ainda no projeto.


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